segunda-feira, 31 de agosto de 2009

VILLA FRANCIONI - DEGUSTAÇÃO A.B.S SÃO CARLOS 27\08\2009

Na noite de 27\08\2009 foi a vez da Villa Francioni trazer seus vinhos para nossa apreciação. Começamos com aula sobre a ”D.O.C. São Joaquim” da serra catarinense e depois breve filme institucional da vinícola. Foram servidos seis vinhos em taças I.S.O. na ordem a seguir:


1 – Villa Francioni Sauvignon Blanc 2008.

Vinho de coloração amarelo palha com toques verdeais que no nariz apresentou predominância de aromas cítricos e florais. Na boca viu-se frutas frescas como abacaxi e limão siciliano com especiarias tipo noz moscada. Toque herbáceo e acidez marcante completam esse vinho com belo frescor.

2 – Villa Francioni Chardonnay 2007.

No início este vinho de coloração amarelo palha com reflexos dourados, apresentou ao nariz um aroma de amêndoas marcante seguido de frutas maduras como abacaxi, laranja e pêra. Na boca manteve toda a plenitude da fruta agora acompanhada de mineralidade- tostado e final de boca com mel e açúcar queimado – caramelo. Retrogosto agradável e com acidez bem equilibrada.
3 - Villa Francioni Rosé 2007.

Aromas de frutas ácidas como morango e amora iniciam o nariz deste vinho de coloração “casca de cebola”; seguido de um toque herbáceo que lembra manjericão ou mato. Na boca plena acidez reforça as frutas lembrando até sorvete picolé de frutas vermelhas. Numa segunda passada no nariz o aroma floral de rosa estava mais evidente. Belo rosé feito de cabernet sauvignon, merlot, cabernet franc, malbec, syrah, sangiovese, petit verdot e pinot noir que chegava a lembrar os rosés da provence. Há de se ressaltar a beleza da garrafa.

4 - Villa Francioni Joaquim 2006. Cabernet sauvignon (50%) e Merlot.

Coloração rubi com toques violáceos que ao nariz o primeiro aroma que me veio foi de manteiga associado a seguir com frutas negras como ameixa maduras e blackcurrant. Mostrava toda sua jovialidade com taninos macios instigantes com pimenta preta fresca e acidez. Bom corpo e retrogosto com aromas de baunilha, que ao meu ponto de vista já está pronto para beber.
5 - Villa Francioni Francesco 2005. Merlot (38%), Cabernet sauvignon (31%) e franc (13%), Malbec(12%) e Syrah (6%).

Visual rubi intenso mostrando frutas negras com toque mentolado. Na boca com bom corpo agora com café e chocolate amargo e taninos mais agressivos . Amora, cereja em compota com baunilha completam este vinho bem macio e estruturado. Percebi pimenta no final de boca e algo animal ou defumado.
6 - Villa Francioni 2005. Cabernet sauvignon e franc, Merlot e Malbec.

Nosso último vinho de coloração rubi intenso apresentava também frutas negras (ameixa) com toque mentolado. Maior presença de café torrado forte, cacau amargo (licor de cacau) com alcatrão e baunilha deixados no retrogosto duradouro e agradável pelos taninos macios e pimenta. Vinho macio e encorpado que deve apresentar melhora com decantação e boa vocação para guarda. Todos os vinhos degustados mostraram muita classe, elegância e equilíbrio, e provavelmente iria me surpreender se tivesse sido ás cegas com outros pares sulamericanos ou até europeus. Tenho certeza que esta vinícola já mudou o panorama da vitivinicultura brasileira; e creio que em breve alcançaremos a tão sonhada colocação do Brasil no mapa mundi do vinho.



Depois de tudo isso posto, fomos obrigados a terminar nossa noite com uma polenta mole com costelinha de porco e couve.
Para saber mais:


http://www.villafrancioni.com.br/



Abracci!!!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

MENU DEL GIORNO: OSSOBUCO IN BIANCO CON FUNGHI E POLENTA TARAGNA - VINO ROSSO DI MONTALCINO FRESCOBALDI!

Para mim o ossobuco é umas dos cortes de carnes mais saborosos que existe, e como meu próprio pai sempre diz: deve-se ao fato de estar próximo do osso. É um prato típico italiano, que no dialeto milanês significa oss = osso e bus = vazio, buraco: osso com um buraco no meio devido ao aspecto final da exposição do tutano envolto pela carne após cozimento. Próprio da região da Lombardia foi eternizado no clássico “ossobuco con risotto alla milanese”: ossobuco ao molho de tomates com risoto de açafrão. Não é um corte muito fácil de encontrar, porém um açougueiro de confiança pode fazê-lo sem dificuldades. Pede-se então para cortar a perna traseira do boi ou vitelo em rodelas- fatias transversais de no máximo 3,5 cm, que é a espessura ideal para o cozimento. Quando recorro ao açougue sempre peço para desprezar a primeira peça de ossobuco, acho meio suja. Pode-se já também encontrá-lo beneficiado, embaladinho e limpinho.

Esta receita é uma variação do ossobuco tradicional e se chama “ossobucco in bianco” por que não leva tomates na receita, tornando-o mais suave e aromático. Essa é minha variação da receita onde não passo farinha de trigo nos ossobucos, uso apenas sálvia no lugar do bouquet garni e dispenso o caldo de carne que já está embutido no processo de cozimento do prato.

Vamos lá:

Ingredientes para quatro pessoas:


4 ossobucos.
2 cebolas picadas.
4 dentes de alhos picados.
1 cenoura ralada.
1 talo de salsão sem as folhas picado.
1 cravo.
100 Gr de shitake desidratado.
Azeite extra virgem.
Óleo para fritura.
Pimenta moída na hora.
Sal a gosto.
5 folhas de sálvia fresca.
4ramos de alecrim
Cheiro verde picado.
Raspas de limão Taiti.
1 colher de sopa de manteiga.
1 colher de sopa de farinha de trigo.
1 garrafa de vinho branco .
Barbante para fins culinários.

Preparo da carne:


Tempere os ossobucos com sal e pimenta do reino. Amarre-os individualmente com o barbante no sentido radial para que não desprenda a carne do osso. Não aperte muito a laçada para não cortar a carne e não retire a película que a envolve. Sirva-se de uma taça do vinho branco.
Numa panela grande com azeite e óleo sele bem os ossobucos individualmente ou aos pares e reserve. Despreze o excesso do óleo e refogue a cebola, cenoura, alho, salsão e a sálvia; raspando bem o fundinho da panela que ficou sujo. Corrija o sal e pimenta. Acomode bem os ossobucos no fundo da panela sem amontoá-los e sobrepô-los e complete com o restante do vinho branco (500 ml) e água se necessário. Adicione o cravo  e deixe cozinhar por cerca de 2 horas até que eles estejam macios ao toque do garfo.

Preparo do Molho:
 Então separo a carne e o caldo produzido passo por uma peneira (chinoir); espremendo bem para aproveitar tudo de bom do suco.
Retorno com o caldo no fogo e acrescento o shitake já hidratado, corrijo com sal e pimenta. Engrosso com o roux de manteiga e farinha de trigo; ou se preferir faça-o com maizena. Salsinha e cebolinha completam o molho.

Montagem do prato:



Liberte os ossobucos do barbante com cuidado e disponha no centro se for prato único, ou sobre risoto (bianco al parmigiano ou alla milanese), polenta, purê de batatas ou qualquer massa de sua preferência. .Neste caso eu guarneci com uma polenta taragna de farinha sarracena. Não se esqueçam que esta versão é mais delicada e não aceita complementos muito aromáticos ou rebuscados. Não seja econômico no molho e regue bem o prato. Decore com ramos de alecrim . O charme final é comer o tutano que ficou no meio do osso com um utensílio que parece um pequeno garfo.

A tradição pede-se a adição da gremolatta, que não é nada mais que misturar raspas de limão, alho e salsinha picados na panela no final do cozimento da carne. Eu particularmente não gosto.

Para harmonizar escolhi um Rosso di Montalcino D.O.C. Campo ai Sassi 2005 da vinícola Frescobaldi , feito basicamente com as mesma uvas do brunello (sangiovese grosso), porém neste caso provenientes de vinhedos mais jovens e apenas 6 meses de estágio em barrica. Vinho maduro com coloração rubi forte e aromas de frutas como ameixa e talvez cereja \amora. Bela acidez e médio corpo com taninos moderados que combinaram muito bem com a riqueza da carne e seu caldo. Apresentava baunilha e especiarias no final e boa persistência.


Bom, isso é tudo.

Aonde me inspirei:

Fundamentos da Cozinha Italiana Clássica, Marcella Hazan, Editora Martins Fontes.

L’a Nuova Cucina d’Oro della tradizione italiana.Giovanni Nuvolleti, Ed Mondadori.

http://www.frescobaldi.it/

ABBRACCI!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

TOUR MISTRAL 2009 : A CORRIDA PELO VINHO!

Olá pessoal! Confesso a vocês que esse foi meu primeiro evento enológico desse porte e isso me causou grande ansiedade por não saber como era o esquema. Eu não gosto de tirar conclusões precipitadas sobre qualquer fato, pessoa ou assunto; e prefiro realmente esperar sedimentar a emoções para assim, realmente chegar a um veredito e evitar frustrações. Como meu espírito médico é um pouco sistemático e cientifico, procurei nas minhas horas de folga estudar e definir estratégias para minha degustação, fazendo assim um roteiro do que faria no dia. Começaria pelos brancos, passaria ao tintos de médio corpo e finalmente aos grandes tintos e de sobremesa. Agora precisava de uma companhia e consegui com muita facilidade persuadir um colega amante do vinho a me acompanhar: sir Mário M.. Chegamos ao Hotel Gran Hyatt São Paulo por volta das 18 horas e começamos nosso tour. Engraçado notar que a maioria das celebridades do vinho chegaram cedo como nós.


Tour Mistral 2009 – primeira volta: saímos na frente.


A sala estava vazia e demos a largada degustando meus brancos prediletos. Todo mundo que me conhece sabe a minha predileção por vinhos italianos e dei de cara com a Tasca d’Almerita uma excelente vinícola siciliana. Provei o Le Regaleali branco feito de três uvas autóctones (inzolia, catarrato e grecanico) e o rosé (nerello mascalese e nero d'avola) que me agradaram muito. Pude conversar com o expositor sobre as peculiaridades da vitivinicultura siciliana e já comecei a ficar menos ansioso. Seguimos em frente provando o sempre bom Catena Alta Chardonnay, o Penfolds Rawson´s Retreat Semillon Chardonnay 2006 , Biondi Santi , Amayna Ch e Sb, Montes e fomos ao Masi.
Comecei pelo branco, mas não resisti ao olhar tentador dos amarones; quebrei meu protocolo e fiz uma degustação bem didática começando pelo valpolicella clássico, campofiorim ripasso e por fim os dois amarones. Senti muita falta do recioto, mas mesmo assim dei-me por satisfeito.

Fomos então ao melhor e mais divertido stand da noite presidido pelo simpático lusitano Luis Pato. Creio que o Brasil deve ter uma parcela importante na suas vendas, pois acho que era um dos poucos chefões presente ao evento. Tomamos seu espumante rose agradável e seus brancos que no meu ponto de vista perderam para os demais. Achei que um evento deste porte teria que ter mais espumantes além do ótimo rose do Pato. Fim da bela primeira volta do tour Mistral.

Tour Mistal 2009 – Segunda Volta: pelotão do meio.

Fomos nos servir do buffet de pães e frios para nos prepararmos pra segunda sessão e quando entramos no salão vimos que o panorama havia mudado. O hall já estava quase cheio de enólogos disputando entre si os espaços frente ás bancas de degustação. Fomos direto ao as Domaine Barons Philipe de Rotschild para provar os tintos franceses e nada deles. Muito educado Mário perguntou ao colega vizinho da Catena Zapata aonde estariam os expositores franceses. Nosso sagaz hermano sacudiu a cabeça negativamente e com um olhar maroto como quem procurasse algo, nos disse:

No hay gente, Peró...............


Hay Vino!!!!!


Demos boas gargalhadas e gentilmente ele abriu as garrafas e nos servimos.
Estacionamos por ali mesmo na Catena , degustamos seus vinhos e gostamos muito do de sobremesa, talvez porque já conhecíamos previamente toda a sua linha.
A corrida pelo vinho continuava e à medida que a graduação alcoólica do público aumentava, proporcionalmente crescia o brado das vozes e o conteúdo ficava cada vez mais rebuscado. A essa altura todo mundo já falava inglês e italiano fluente ( brasileiro já nasce sabendo portuñol), e foi engraçado ver pessoas conversando com o Luis Pato com um sotaque sei lá da onde. Era também divertido ver a expositora ter que responder a mesma pergunta sempre a cada taça servida e me impressionava a avidez de todos pela próxima amostra. As bacantes já estavam se acotovelando na frente dos poucos 1,50 m de bancada designada a cada produtor: eles se serviam e não saiam da frente para dar espaço para os outros embolando assim o meio de campo.

Mas espera aí; e aquela cuspideira em plena gripe suína! Que nojo! Você estava lá com sua taça e de repente bleargh, vem aquele cara do seu lado e dá aquela cusparada\ golfada em leque no pinico verde. Ta certo que é álcool, mas não é gel!!!! Ninguém vai querer tomar os 200 rótulos ou ficar embriagado por ter degustado 30 vinhos. Pode por uns 10 ml na boca e tomar: 30 rótulos X 10 ml = 300 ml e despreza-se o resto que ficou na taça. Sou a favor de se criar um código de conduta e etiqueta nos eventos enológicos.
Bom, voltamos ao Masi para mais um tico de amarone, porém ás 20h30min o pessoal do Vêneto já havia encerrado suas atividades.


Tour Mistal 2009 – terceira e última volta: reta final.


Depois de tomar água e vinho fomos descarregar nossos containeres para a etapa final. Agora já parecia a festa da Nossa Sr Achiropita, todo mundo se servindo sozinho e sabendo mais que os produtores. Fomos empolgados ao Porto Graham´s com o L.B.V. e Vintage degustando-os sem surpresas. Passamos ao muito bom licor de tannat da Pisano, o vinho de sobremesa mais tânico do universo e provamos alguns bons tintos com a mesma uva. Terminei com o late harvest de SB da Montes e assim pudemos findar nosso tour.

Bom, missão cumprida e saldo muito positivo!!!! Após três voltas, 31 vinhos degustados e uma semana de decantação de idéias para tirar minhas conclusões.

Brincadeiras á parte, trata-se realmente de um grande evento e o maior que já fui do tipo. Como estava acostumado com os congressos médicos, imaginava que haveria vários stands individualizados, onde cada um dos vinhateiros pudesse mostrar realmente suas propriedades e produtos com fotos, vídeos e material impresso. Minha frustração se deve em parte ao pensar que haveria um tratamento mais pessoal voltado ás vinícolas e vinhos, com menor ênfase á distribuição e venda dos mesmos. Valeu muito a pena por ter participado e com certeza dá próxima vez já estarei preparado. Tive a oportunidade de conhecer uma boa amostragem de vinhos que dificilmente degustaria em qualquer outro lugar; além de poder conversar com os diversos expositores.

No meu ponto de vista, a vinícola que mais me impressionou foi a italiana Castelo del Terriccio com os vinhos Lupicaia (Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot) e Tassinaia (Cabernet Sauvignon, Sangiovese e Merlot). Achei interessante também a tênue mudança de comportamento dos rótulos do novo mundo; na procura de um caráter menos agressivo e vitaminado de seus vinhos.

Mas felizmente nada substitui o nosso bom e velho consultor de vinhos!!!

Abbracci a tutti!

sábado, 22 de agosto de 2009

PRIMEIRO ENCONTRO ENOGASTRONÔMICO DA A.P.M. - ARARAQUARA 15\08\2009.

Olá gente desculpem o delay, mas já to ficando até chato explicar meus atrasos no blog. Hoje venho escrever a vocês sobre um evento que aconteceu aqui em Araraquara na sede de campo da A.P.M (Associação Paulista de Medicina) sábado dia 15/08/2009; o primeiro encontro enogastronômico . Foi organizada pelo colega radiologista Dr. Renato Chediek – diretor social, com o apoio de nossa cooperativa Unimed e da SICRED.




Para quem ainda não está muito familiarizado com jantares harmonizados eles funcionam da seguinte forma. São escolhidos os vinhos e pratos comparando suas características organolépticas como sabores, texturas,acidez, cor, grau de cozimento e gordura; tentando assim por semelhanças ou diferenças unir suas qualidades: não somando, mas ultrapassando-as tornando assim uma experiência sensorial mais abrangente do que se degustássemos os dois em separado. Num jantar como este são servidos primeiro os pratos mais leves e vinhos menos encorpados seguidos pelos de maior complexidade iniciando pelos branco, tintos e depois os de sobremesa. Esse processo se chama compatibilização enogastronômica e para isso deve-se ter noções básicas de de vinho e comida.

Como esse post possui caráter apenas informativo, descrevi somente a compatibilização que mais me agradou para não torná-lo muito extenso. No decorrer do ano prometo que dedicarei espaço maior sobre o tema.

Bom chega de papo e vamos ao jantar.

Menu

1 – Welcome drink : Cava Brut Cristalino - Vilanova I La Geltru - Espanha.

2 –Entrada: Blandade de Bacalhau com Navarro Correias Chardonnay – 2004. Mendoza - Argentina.

3 – Primeiro Prato: Sofioli de Quatro Queijos com Molho de Tomate e Manjericão com Domaines Saint Esteve D’Uchaux -2006 Cotes du Rhône (A.O.C.) -França.



4 – Segundo Prato: Medalhão de Filet Mignon ao Molho Funghi e com Batata Gratin com Long Row Shiraz 2005.

5 – Sobremesa: Mineiro de Botas com Sauvignon Blanc Late Harverst 2004 – Concha Y Toro – D.O. Valle Del Maulle – Chile.

Para mim por ser imprevisível; a última foi a melhor compatibilização da noite. Logo que veio ao nariz; este vinho de coloração amarelo ouro, untuoso mostrou-se com aroma de goiaba vermelha, compatibilizando muito bem com a fruta que estava no doce. Na boca apresentava sabores de fruta em calda\ doce como laranja e de abóbora com cravo. Sua acidez, teor alcoólico e untuosidade permitiram casamento perfeito com a gordura do queijo e o açúcar da goiaba da sobremesa tornando assim num prato único. Bela e difícil harmonização.


Todas as compatibilizações foram muito criteriosas e didáticas, conseguindo realmente casar uma bela sequência de pratos aos seus vinhos coerentes chegando ao objetivo. Permitiu também áqueles que não tinham experiência enogastronômica, acompanharem sem nenhuma dificuldade o jantar tendo seu primeiro contato com esse apaixonante universo.



Parabéns ao Renato pela sua audaciosa iniciativa e que sirva de incentivo para as próximas de sua gestão. Mereceu ainda honroso destaque a acessoria e presença do seu tio Edson; grande conhecedor de vinhos da A.B.S do Rio de Janeiro.


Pra acabar











ABBRACCI!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

CHARDONNAY- DEGUSTAÇÃO ABS - SÃO CARLOS 13\08\2009




Nesta quinta feira tive a oportunidade de participar de mais uma agradável degustação de varietais da ABS de São Carlos. Foi escolhida a uva francesa Chardonnay, batizada pelos amantes do vinho por "rainha da uvas brancas". Pudemos distinguir nessa noite todo seu potencial de adaptação aos mais diversos "terroires".







Primitiva da Borgonha, essa uva difere-se da sua prima Pinot Noir por se adaptar muito bem na maioria dos lugares já cultivados (versatilidade) e aceitar muito bem os caprichos dos enólogos que se aventuram a produzir seus vinhos . Diferente de outras cepas brancas, pois aceita muito bem o descanso em carvalho; pode produzir tanto vinhos delicados com toques cítricos, minerais e ácidos como em sua terra natal ; e se apresentar com aromas de frutas tropicais, maior corpo e intensidade aromática como no novo mundo.


Aparece como estrela maior nos vinhos lendários de Chablis peculiar pela sua mineralidade, Côte Beaune como Corton-Charlemagne e Le Montrachet, Poully Fuissé , sozinha na Champagnes Blanc de Blancs e no pouco conhecido por aqui Beaujoulay branco.


Tem como características produzir vinhos com aromas de frutas como abacaxi, maçã verde, damasco , florais e, se for barricada; apresentar baunilha e tostados com lácteos-manteiga; óbviamente respeitando as nuances de cada terroir e produtor. Devido a essa sua maleabilidade e manipulação do processo de produção, pode-se perder muito da tipicidade dos vinhos produzidos pela Chardonnay gerando vinhos muito diferentes dos estilo borgonhês. Talvez seja a uva mais globalizada de todas.


Degustação foi presidida pelo sr. Mário Mucheroni e precedida por breve esplanação. Foram servidos seis vinhos sequenciais ás cegas , em taças I.S.O. na temperatura aproximada de 10 graus Celsius.


Vamos a eles.







1 - Salton Virtude 2008 - Salton - Bagé\Campanha - Brasil.

Vinho de coloração amarelo palha com toques verdeais no nariz mostrando frutas em calda como abacaxi e laranja com especiarias tipo cravo e canela. Faltou um tico de acidez talvez por uma fermentação malolática mais longa, não percebi mineralidade e influência da barrica com baunilha e manteiga bem discretos. Um vinho elegante e correto. Nosso canditato nacional se comportou muito bem nessa degustação; nos agradou muito e termos começado com ele foi uma grande sacada pois aguçou o paladar e raciocínio enológico. Não tivemos coragem de palpitar seguramente qual vinho seria, pois estava muito delicado e equilibrado sugestionando uma origem francesa.


2 - Bourgogne Couvent des Jacobins 2006 - A.O.C. Bourgogne - Maison Louis Jadot -Beaune FR.

O segundo vinho bem fresco e frutado mantendo sua elegância; apresentava coloração amarelo palha. Mais delicado e complexo que o nacional mostrando frutas maduras como pera e maçã verde com toques cítricos. Mineralidade já presente com maior influência das barricas sem exagero com baunilha e balas de caramelo. Seguia -se com tostado final e retrogosto agradável.
Sutil com toques florais melhor percebido pelas colegas mulheres. Bom equilíbrio de acidez.


3 - Gerovassiliou Chardonnay 2005 - Domaine Gerovassiliou - Epanomi - Greece.

Agora veio o greco para agitar a degustação. De cara percebemos que toda sua potência e mineralidade viria de um vinhedo nessa região. Amarelo ouro ,untuoso e frutas em calda como abacaxi e casca de laranja com mel e baunilha. Bom tostado com frutas secas como amêndoas ;brindado com mineralidade e acidez marcante. Foi de primeira: esse é o grego!






4 - Bom Vallon Chardonnay sur lie 2008 - De Westhof Estate - Robertson - África do Sul.


Esse talvez foi o vinho mais fácil da noite pela sua jovialidade e sem barrica; quando foi servido possuía no fundo do copo algumas bolhas residuais. Muito jovem e fresco com aromas de melão, maçã verde, kiwi e floral mais acentuado. Acidez bem acentuada por naõ ter fermentação malolática e gosto mineral\carvão\queimado no final de boca. Foi muito boa escolha pois assim pudemos conhecer a outra faceta da chardonnay sem passagem de barrica, mostrando assim que pode ser feito um grande vinho sem a necessidade de carvalho; gerando vinhos elegantes com bastante frescor. Grande sacada da noite. Esse é o sul africano!

5 - Amayna Chardonnay 2006 - D.O. Valle Leyda - Viña Garcés Silva - Chile.

Aí veio nosso amigo chileno com coloração amarelo palha\ouro bem intensa com aromas frutados já um pouco passados com laranja, damascos e para alguns lichia. De todos foi o que apresentou maior toque herbáceo com baunilha e mel presentes. Discreto amargor final não danificando seu retogosto que manteve-se agradável. Sentimos que para essa degustação estava já entrando em decadência, não podendo ser comparado em igualdade de condições com os outros.

6 - Catena Alta Chardonnay 2006 - Bodega Catena Zapata - Lujan de Cuyo - Argentina.

Grande vinho da Catena de coloração amarelo palha com verdeal,flores e muita fruta branca como maçã verde e melão que casou muito bem com sua acidez nos fazendo pensar em carambola. Barrica no ponto com baunilha\caramelo sem enjoar mantendo frescor até o final. Vinho muito bem equilibrado para quem gosta de fruta, baunilha e frescor na mesma taça sem exageros.



Concluindo o vinho mais votado por todos foi o grego da Domaine Gerovassiliou, seguido paradoxalmente pelo chileno Amayna. Ficaram empatados o nosso Salton que não fez feio frente ao francês e argentino que ficaram empatados em terceiro lugar. O sul africano amargou a lanterna porém para mim sua presença nessa degustação foi de fundamental importância e não denota de forma alguma ser um vinho simples.


Para saber mais:


1 - Salton.
2 - Louis Jadot.
3 - http://www.gerovassiliou.gr/
4 - http://www.dewetshof.com/
5 - http://www.vgs.cl/
6 - http://www.catenawines.com/
http://www.mistral.com.br/

terça-feira, 11 de agosto de 2009

DE VOLTA DO RIO - DEGUSTAÇÃO CONFRARIA DOS MALAS - 29 DE JULHO DE 2009

Olá pessoal e que me desculpem os confrades mas estava meio atarefado em virtude do movimento de julho emendado com o 28 Congresso Carioca de Cirurgia Plástica. Apesar de ter ficado longe de vcs e degustar mais cerveja do que vinho, tive a oportunidade de fazer novos amigos e agrupar uma infindável quantidade de temas para novos posts..

Nessa minha viagem de cunho científico pude dar minhas escapadas e conhecer alguns lugares pitorescos da Barra ao Leblon, escoltado pelo mais novo amigo - ala Marcão. Pude ter realmente a idéia de como é ser um carioca e entender o "carioca way of life". Meus próximos posts terão sobre a viagem e seus dintornos.

E posso lhes garantir que o Rio de Janeiro continua lindo.......

Para não ficar em falta com os colegas da confraria, vai aí os nossos últimos vinhos degustados antes da viagem:


O primeiro vinho da noite foi o espumante rosé gaúcho de Flores da Cunha; Luiz Argenta feito assemblage pouco usual das uvas cabernet sauvignon, franc e merlot pelo método Charmat. Apresentou uma coloração rosa -cereja porém não pude perceber seu pérlage inicial pois cheguei bem atrasado. Os outros confrades me garantirem que apresentava-se intenso no início com boa espuma e bolhas finas para médias. Aromas um pouco fechados com predomínio de maçã e de fermento\pão. Infelizmente não posso avaliá-lo pois já não estava na temperatura ideal. Todos os demais aprovaram.

http://www.luizargenta.com.br/








A seguir veio mais um bom vinho desse criterioso enólogo Thierry Villard com o seu tinto L'assemblage Grand Vin 2005; cujo próprio nome já nos antevê uma mistura de cabernet sauvignon que deu corpo e toque herbáceo, syrah com fruta jovem e potência . Já a Petit verdot (cor) e merlot (arremate) que não consegui identificar sua real contribuição. De coloração rubi intensa com toques violáceos, apresentou aromas frutados de amora, cerejas e mirtilos com boa presença de pimenta e herbáceo mato cortado- menta bem acentuado. Bom corpo e estrutura equilibrada com taninos bem macios. Uma boa compra.


http://www.villard.cl/









Pra terminar a noite , foi escolhido um Pinot Noir Neozelandês Frammingham vintage 2006 da região de Malborough. Vinho de coloração rubi com grande intensiadade aromática com cerejas, morango e framboesa, médio corpo e taninos bem agradáveis . Fácil de beber e de se degustar em comparação com outros do genero que já provei. Achei pouca interferência da madeira com baunilha e especiarias terminando o bouquet. Tb aprovado.

http://www.framingham.co.nz/









Bom por hoje é só e esperem pelos novos posts


ABBRACCI!!!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Provérbios Italianos sobre vinho!!!!

Olá pessoal, devido a correria dos meses de julho e agosto estou meio sem tempo para posts! Mas deixo algumas pérolas:

Birra fa panza, vino fa danza.

Il vino buono fa male alla borsa, ed il vino cativo fa male allo stomaco!!!!!

Il vino é la parte intellettuale del pranzo.

Dolore profondo é quello che il vino non calma .

Dio mi guarda di chi non beve vino.
(Deus me livre de quem não bebe vinho).

Se il vino bevuto alla sera ti fará male.........., bevilo il matino doppo e ti sará da medicine!!!!
( Se o vinho á noite te fará mal, beba-o na manhã seguinte que será remédio).

Abracci!!!

Foto de Bacco - Dionísio Museo do Vaticano