Olá pessoal, tudo bom? Pois é Páscoa pede bacalhau com vinho; e esse ano não foi diferente. A receita do bacalhau já era tradicional na família da minha nora, trazida pelo seu pai sr. Anízio que nos ajudou a fazer a bacalhoada lá de cima e dona Tereza aqui debaixo mesmo. Do meu ponto de vista é um dos modos mais simples e saborosos de se utilizar o bacalhau ressaltando seus sabores naturais; e dizem que é o verdadeiro bacalhau á portuguesa. Não vou dar a receita "ipsis litteri" porquê o segredo está no modo de se fazer e não nos ingredientes.
É muito simples, vejam:
Primeiro numa panela grande que será a definitiva cozinhe em água salgada as batatas inteiras, peladas e reserve. Na mesma água faça um caldo de cebolas inteiras (pode por cravos), alhos inteiros sem cascas, grãos de pimenta e o que quiser mais de ervas e especiarias. Quando estiverem quase macias tanto as cebolas como os alhos, coloquem os lombos de bacalhau já limpos, dessalgados e cubra com folhas de couve cortadas á metade e privadas de seus talos e devolva a batata por cima de tudo para que cubram e abafem a panela como se fossem a tampa. Depois que a couve murchar; confira o ponto do bacalhau e coloque tudo num prato como se fosse um cozido! Isso mesmo um cozido de bacalhau seria a minha definição mais que perfeita desse maravilhoso bacalhau, ornada com azeitonas pretas, ovos cozidos e bastante azeite extra virgem português .
O vinho foi sugerido pelo meu amigo Rodrigo do Empório Basílico em destaque no seu blog o Vinho Verde de Alvarinho Muros de Melgaço 2008, produzido e engarrafado pelo enólogo Álvaro Mendes. Em contradição com que muita gente falou nesses tempos pré-Páscoa sobre a qualidade do vinho verde e sua pouca capacidade de harmonização do bacalhau, ele foi maravilhoso. Diferente dos tradicionais vinhos verdes que são caracterizados por baixo teor alcoólico, muito jovens (verdes) e ácidos; este se mostrou bem elegante e moderno. Coloração amarelo palha com poucos reflexos verdeais com aromas cítricos bem evidentes de lima e limão siciliano e floral. Na boca ataque inicial com bela acidez sem deixar de mostrar sua passagem de 6 meses barrica de carvalho francês com sabores de mel e baunilha bem discreta. Nota-se boa mineralidade e refrescância final com untuosidade.
Casou perfeito com o Bacalhau á Anizio, pois tinha corpo suficiente dado pela graduação de 12,5 % associado a barrica e "sur lie" durante sua fermentação inicial, sem interferir no sabor suave de nosso prato. Garanto que melhora em 5 anos de guarda, acreditem. Agradaram a todos ainda mais porquê nossa festa foi na Barão de Melgaço.
Concluindo: vinho verde não é brega com bacalhau.
Deixa eu me arrumar pois tenho que degustar meu próximo post com o chef Sauro do Friccó!
Abbracci a tutti!
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