quarta-feira, 21 de abril de 2010

RIQUEZA E DIVERSIDADE DE VINHOS TINTOS PORTUGUESES A.B.S. SÃO CARLOS - 08/04/2010

Olá pessoal, tudo bom?

Quinta-feira realizamos uma degustação especial com vinhos tintos de Portugal. Foi a versão tinta da última com vinhos de diversas regiões, com variedades tradicionais porém de características diferentes, com destaque para o vinho alentejano.

 Vamos a eles:


1 - Vinha da Nora Reserva 2005 - Quinta do Monte d"Oiro - Vinho Regional de Lisboa - Alenquer.

Nosso primeiro vinho tem a as vinhas oriundas dos M. Chapoutiner feito com Syrah (95%) e Cinsault pelo enólogo José Bento dos Santos.  Mostrou fruta madura com um fundo de especiarias. Estão presentes sutilmente as notas de chocolate, pimentas e húmus características da casta Syrah com médio corpo e acidez estimulante.

2 - Termeão Pássaro Branco 2005 - DOC Bairrada - Campolargo - Anadia.

Manuel dos Santos planejou esse vinho com Touriga Nacional, Cabernet e Castelao Nacional macio de taninos e aromatico com frutas vermelhas maduras, balsâmico e  bala de caramelo. Especiarias presentes num vinho bem gastronômico.

3 - Quinta do Carmo Reserva 2004 - Vinho Regional Alentejano - Quinta do Carmo e  D. B. Rothschild - Alentejo.

Vinho mais aristocrático e elegante da noite com frutas em compota como ameixa e cereja com couro novo, terrosos e floral como violeta gerado pela mistura deAragonez, Cabernet sauvignon e Syrah. Muito macio na boca com retrogosto bem agradável que merecia mais tempo para ser compreendido melhor.


4 - Quinta de Ponte Pedrinha Reserva 2004 - DOC Dão - Quinta da Ponte Pedrinha - Serra da Estrela.

 Para mim a melhor surpresa da noite num vinho muito aromático e equilibrado com vinhas em Viseu próximo á Serra da Estrela. Coloração rubi bem intensa que no nariz mostrou um belo aroma balsâmico característico da região, que somado com as frutas como cereja em calda e mineralidade me deixou pasmo. Ótimo custo benefício num ótimo vinho que só um terroir como esse pode produzir

5 - Meandro do Vale Meão 2007 - DOC Douro - Quinta do Vale Meão - Vila Nova de Foz Coa.

Este vinho feito de Touriga N., Tinta roriz, Touriga francesa estagiou no segundo uso dos barris do principal  Vale Meão, cujas uvas eram vendidas para a produção do mítico Barca Velha. Começou em 1877 com Dona Antónia Adelaide Ferreira que comprou os terrenos  no Douro Superior e, com a ajuda dos galegos, construiu sua propriedade no Vale Meão pouco acima das vinhas do Barca Velha. Hoje seus descendentes, Família Olazabal, passaram a produzir seus próprios vinhos apelidados de Barca Nova.

Vinho rubi bem violáceo, jovem e frutado com cassis e cereja lotado de especiarias como canela e aniz. Encorpado sem passar no álcool apresenta retrogosto duradouro que completam toque de baunilha bem agradável com bala de caramelo.
O jantar foi acompanhado do vinho da Tapada 2005, um vinho da Herdade dos Coelheiros, com um
Lombo Assado com Calda de Laranja que estava divino!

Vinhos trazidos pela Mistral.

Abbracci a tutti!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

JANTAR HARMONIZADO COM VINHOS E CULINÁRIA DA ÚMBRIA.

Olá pessoal, tudo bem?

Terça passada fui convidado a esse que para mim foi o melhor encontro enogastronômico que já participei em Araraquara. Por iniciativa do Rodrigo do Empório Basílico, foram convidados um chef  italiano e um enólogo de uma grande importadora para dividirem suas idéias no mesmo espaço; o restaurante Vitório.  Adoro jantares harmonizados pois talvez seje um dos maiores desafios, tanto para o Chef como para o Somellier. Temos que compatibilizar aromas, texturas, sabores, acidez, cores e temperaturas do vinho com o do prato, e  principalmente com o comensal não somando suas caracteristicas mas sim extrapolando-as.  Do meu ponto de vista esse evento começou muito bem pois um dos melhores critérios para uma boa enocompatibilização é a regionalidade, ou seja pratos da mesma região combinando com seus vinhos conterrâneos. Tudo isso conduzido pelas mãos hábeis do Chef Sauro Scarabota do Restaurante Friccó que preparou receitas tradicionais da Umbria; harmonizadas pelo promissor enólogo da Decanter Igor Maia que nos apresentou os vinhos da Vini Cardeto.

Infelizmente cheguei um pouco atrasado, perdi o primeiro vinho da sequência e tive duas escolhas:
Esquecer o post perfeito para o blog e jantar tranquilamente, ou ficar estressado e anotar todos os detalhes com descrições dos vinhos e fotos elaboradas dos pratos...

Desculpem-me os blogueiros; mas resolvi curtir o jantar com os amigos.

1 - Recepção:

Orvieto Clássico Secco Pierleone 2008. Vinho branco jovem cítrico e fresco .

2 - Antipasto:

Fantasia de crostini da Úmbria com Rupestro I.G.T. 2008 - Sauro idealizou quatro crostinis com ingredientes que lembram sua terra natal e por isso diversificou com: linguiça, abobrinha e queijo; tomates frescos; fígado e o último de lentilha com cenoura que foi bem harmonizado com um vinho jovem bem frutado sem  passagem por barrica feito de Sangiovese, Montepulciano, e em menores percentuais Canaiolo e Ciliegiolo.


3 -  Primo Piatto :

Gnocchi de Batata com Funghi Trifolati levemente picante e Nero della Grecca Sangioves Úmbria I.G.T 2005. Para conseguir sustentar os 85% Sangiovese e 15% Merlot com 12 meses de barrica , este prato foi vitaminado com um leve ragú e ficou perfeita a adição do "pane grattugiato" bem crocante e temperado em lugar do queijo ralado para manter as características dos seus ingredientes e estalar os sentidos. A pimenta do molho era sustentada pelas especiarias do vinho.

 Harmonização perfeita! 


 Atenção aos menos habituados aos costumes italianos para não confundirem!

Funghi Trifolati não significa de jeito nenhum três fungos, mas na verdade é um acompanhamento (contorni) típico do Piemonte; simples e saboroso, caracterizado pelo modo como os funghis são preparados: fatiados e salteados na manteiga com vinho branco mais salsinha e que pode ser usado também no preparo do molho para massas ou  de risottos. Capisce?! Veja no link uma bela receita.

4 - Secondo piatto:

Para finalizar polenta com coelho na caçarola com azeitonas e chicória com Arciato Úmbria I.G.T. 2005. Adoro essa combinação de coelho com polenta pois a maciez, o sabor da carne e de seu molho lembram muito bem a simplicidade dos camponeses e a riqueza de aromas e sabores da culinária Umbra. Foi harmonizado com um vinho mais austero vinificado com alma  Bordalesa no corte de Merlot 55 % e Cabernet Sauvignon 45%  ao estilo mais moderno, que meu ponto de vista sobrou  para esse prato delicado. Pedi uma outra amostra do Nero, que ficou divino!





5 - Dolce:

Para todo mundo ir feliz para casa: crostata com geléia, amêndoas, nozes e um café por favor!


Bela noite onde pudemos degustar vinhos do Cardeto que apresentam grande vocacão para gastronomia, mostrando-se intensos, frutados, terrosos e com bela acidez que combinaram muito bem com o cardápio proposto.

Como foi discutido apresentam-se muito jovens mais voltados para a gastronomia do que degustações, tendo muito ainda a evoluir na garrafa com um belo potencial de guarda. Meu melhor vinho foi o Nero della Grecca e de prato coelho com polenta não menosprezando os gnocchi.

Para saber mais:

Entrem no site do Restaurante Fricco do chef Sauro Scarabota.

Abbracci a tutti e amanhã tem Segunda Divino!

terça-feira, 6 de abril de 2010

BELA PÁSCOA COM BACALHAU A ANÍZIO E VINHO MUROS DE MELGAÇO.

Olá pessoal, tudo bom? Pois é Páscoa pede bacalhau com vinho; e esse ano não foi diferente. A receita do bacalhau já era tradicional na família da minha nora, trazida pelo seu pai sr. Anízio que nos ajudou a fazer a bacalhoada lá de cima e dona Tereza aqui debaixo mesmo. Do meu ponto de vista é um dos modos mais simples e saborosos de se utilizar o bacalhau ressaltando seus sabores naturais; e dizem que é o verdadeiro bacalhau á portuguesa. Não vou dar a receita "ipsis litteri"  porquê  o segredo está no modo de se fazer e não nos ingredientes. 

É muito simples, vejam:

Primeiro numa panela grande que será a definitiva cozinhe em água salgada as batatas inteiras, peladas e reserve. Na mesma água faça um caldo de cebolas inteiras (pode por cravos), alhos inteiros sem cascas, grãos de pimenta e o que quiser mais de ervas e especiarias. Quando estiverem quase macias tanto as cebolas como os  alhos, coloquem os lombos de bacalhau já limpos, dessalgados e cubra com folhas de couve cortadas á metade e privadas de seus talos e devolva a batata  por cima de tudo para que cubram e abafem a panela como se fossem a  tampa. Depois que a couve murchar; confira o ponto do bacalhau e coloque tudo num prato como se fosse um cozido! Isso mesmo um cozido de bacalhau seria a minha definição mais que perfeita desse maravilhoso bacalhau, ornada com azeitonas pretas, ovos cozidos e bastante azeite extra virgem português .

O vinho  foi sugerido pelo meu amigo Rodrigo do Empório Basílico  em destaque no seu blog o Vinho Verde de Alvarinho Muros de Melgaço 2008, produzido e engarrafado pelo enólogo Álvaro Mendes. Em contradição com que muita gente falou nesses tempos pré-Páscoa  sobre a qualidade do vinho verde e sua pouca capacidade de harmonização do bacalhau, ele foi maravilhoso. Diferente dos tradicionais vinhos verdes que são caracterizados por baixo teor alcoólico, muito jovens (verdes) e ácidos; este se  mostrou bem elegante e moderno. Coloração amarelo palha com poucos reflexos verdeais com aromas cítricos bem evidentes de lima e limão siciliano e floral. Na boca ataque inicial com bela acidez sem deixar de mostrar sua passagem de 6 meses barrica de carvalho francês com sabores de mel e baunilha bem discreta. Nota-se boa mineralidade e refrescância final com untuosidade. 

Casou perfeito com o Bacalhau á Anizio, pois tinha corpo suficiente dado pela graduação de 12,5 % associado a barrica e "sur lie" durante sua fermentação inicial, sem interferir no sabor suave de nosso prato. Garanto que melhora em 5 anos de guarda, acreditem. Agradaram a todos ainda mais porquê nossa festa foi na Barão de Melgaço.

Concluindo: vinho verde não é brega com bacalhau.

Deixa eu me arrumar pois tenho que degustar meu próximo post com o chef Sauro do Friccó!

Abbracci a tutti!

domingo, 4 de abril de 2010

CONFRARIA DOS MALA - 31\03\2010.

Olá pessoal, tudo bem?

Deixa eu botar a ordem na casa porquê já faz uma semana que não escrevo um parágrafo e meus posts estão acumulando. Nossa confraria se reuniu para brindar o calor com dois brancos monovarietais; um de Vermentino e outro de Riesling. Então sem mais delongas vamos a eles, enquanto os aromas de um ragú alla bolognese no fogo para a lasagna verde de amanhã estão me instigando:

1 - Occhio a Vento 2008 - Vermentino Maremma Toscana Igt I.G.T. - Rocca delle Macie - Itália.

Primeira vez que degusto um vinho feito de 100% da uva Vermentino, que geralmente apenas complementa outros cortes ou produs vinhos típicos na Ligúria junto com as Bosco e Albarola; e sinceramente me agradou. Jovem, ácida e fresca mostrou aqueles aromas de frutas cítricas, mentolado, florais e pimenta branca, sendo bem leve e refrescante. Como apenas 10% passou em barrica, sente-se muito pouco sua influência


2 - Clos Mathis Riesling 2006 - Apellacion Alsace Controlée - Domaine Ostertag - França.

Bom Riesling típico oriundo de um único vinhedo  Clos Mathis, que a partir de 1998 passou a cultivo biodinâmico de seus vinhedos gerando a primeira amostra deste vinho em 2000. Aromas de frutas maduras como abacaxi com damasco e mel em boa acidez. Petróleo e querosene típico da casta que não me impressionaram; talvez por estar muito jovem ainda e pagando um preço alto por ser biodinâmico.






3 - Tributo Cabernet Sauvignon 2007 - Caliterra - Valle Colchágua - Chile.

Tudo o que se espera de um bom Cabernet chileno (91% de Cabernet, 6% de Carmenére e 3% de Petit verdot) o Tributo possue; bem estruturado com aromas intensos de ameixas, floral de violeta e licor de cacau. Herbáceo típico de pimentão verde e balsâmico final com retrogosto bem abradável e persistente com aromas terrosos bem discretos nos seus 14% de álcool. Taninos ainda jovens num vinho sem frescura.

Bom, deixa eu dar uma mexida no ragú!

Abbracci a Tutti!