quinta-feira, 23 de setembro de 2010

OSTERIA AL MARE: DADO E MIGUELUCCIO NA COZINHA DE UBATUBA.

Dado, Bobmarino e Migueluccio
Olá pessoal, tudo bom! Sentiram saudades? Pois é voltei depois de um longo inverno, porquê felizmente não tive mais tempo de escrever do jeito que eu gosto nossa revista semanal sobre vinho, comida e amizade. Dessa vez não teve como deixar de blogar e, aproveitei as duas horas de folga que tenho para mostrar um pouco do que foi o aniversário de duas pessoas maravilhosas que completaram aniversário no último fim de semana. Nada mais e nada menos que os queridos Dado e Migueluccio de Lorenzo, cidadãos araraquarenses, que por si só já fizeram por valer a pena minha mudança de lotação para Araraquara. Um fim de semana inesquecível, com a companhia de familiares e amigos que tranformaram a Pensione de Lorenzo em Ubatuba na nossa susursal gastronômica da confraria "Dos Malas Al Mare". Cheguei tarde na sexta feira e fui recebido com um belo robalo feito ao forno com batatas, um pqp de prato com um belo espumante porquê Anche io sono Figlio di Dio. Estavam presentes ainda alem as respectivas Helena e Sandra. Joel, Claudia e Sylvio com "Y" mesmo que fez questão de aparecer no blog hehehehehehehehe!

Spaghetti quase al vôngole
Dia seguinte começamos com os acepipes variados enquanto era preparado um belo quase spaghetti al vongole, pero il vongole era poco e nosso querido Dado (lê-se  Helena)  deu a sugestão de acrescentar um pouco de camarão ao molho que foi complementado com tomates cerejas e salsinha fresca. Ficou simplesmente maravilhoso e ao meu ponto de vista até melhor que o original.
Fomos tomar um café com apfelstrudel ao lado da casa, dar uma passeada pelo centro para comprar alguns doces e òbvio que todo mundo depois foi dormir.


Caldeirada do Migueluccio
Lá pelas 19:00 Don  Miguel assumiu o comando da nave gastronômica e começou a preparar uma bela caldeirada. Dava pra sentir de longe o cheiro dos legumes na panela saltitando e logo que colocaram os frutos do mar ficou realmente estonteante. Primeira vez que tinha comido uma caldeirada dessas, muito saborosa e o mais engraçado era o Dado depois de 3 pratos comendo o caldo puro, não "con pon". Foi harmonizada com um vinho Redoma Branco 2008 do Douro bem frutado fresco com frutas brancas e toques florais e herbáceos muito gostosos com final untuoso e um Sauvignon blanc Fumé 2005 grego das Domaines Gerovassiliou , um pouco mais envelhecido com frutas bem maduras e mineralidade. Foi uma noite perfeita que terminou com um bolo mousse de chocolate e nozes harmonizado com um Porto Grahan's Rubi.

IL Capo
O macarrão é tranquilo pega-se os vongoles e deixa de molho em água fria por 2 horas e depois lave-os em água corrente para retirar as impurezas. Pôe pra ferver num caldeirão com água salgada e um tico de vinho branco até que as conchas se abram; e as que não abrirem devem ser  desprezadas. Retire a maioria dos vôngoles das conchas mas deixe algumas para enfeitar e dar uma "crocância auditiva".  Macarrão na água e coloque os vôngoles para saltear com azeite extravirgem junto com os camarões limpos e por último acrescente os tomates cerejas cortados ao meio com um tico de acúcar. Corrija com sal e pimenta fresca moidas na hora, azeite extravirgem o quanto baste e coloque na pasta que já deve estar al dente. Coloque bastante salsinha fresca picada e deixa o queijo ralado bem longe da mesa porquê nessse prato não combina. agora é só comer! Outra sugestão de massa para esse molho seria um belo tagliarine de tinta  de lula.



Claudia e Sylvio. 


Parabéns aos nossos amigos Dado e Miguel pelo aniversário e que a partir de hoje fica definido essa data no nosso calendário de eventos.


Abracci a tutti.

sábado, 26 de junho de 2010

PROVÉRBIOS ITALIANOS 6 !!!!!!!

Olá pessoal! Mais provérbios da bota para se esquecer um pouco a  vergonhosa derrota dos Azzurri!


1 - Chi trova un amico trova un tesoro.
Quem encontra um amico encontra um tesouro.

2 - Dio ci salvi dal povero arricchito e dal ricco impoverito.
Deus nos salve dos "novos ricos - emergentes"  e dos ricos empobrecidos.

3 - La gente in case di vetro non dovrebbe gettare le pietre.
Não se deve atacar pedras se tens teto de vidro. 

4 - Bella femmina che ride vuol dire borsa che piange.
Mulher bonita que ri; significa carteira que chora.

5 - Ne ammazza più la gola che la spada.
Mata mais a gula que a espada.
 
6 - O mangia questa minestra o salta questa finestra.
Ou toma essa minestra ou pula pela janela.
 
7 - Chi piscia contro il vento, si bagna i calzoni.
Quem mija contra o vento molha o calção.

Esse réplica do Davi de Michelangelo fotografei  em Firenze na Piazza della Signoria. Olha a picada da tia se divertindo no celular e a moça pt da vida porquê quer tirar a foto.

Abbracci a tutti!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

SEGUNDA DIVINO COM MARATONA GREGA: GEROVASSILIOU SYRAH 2003 COM MOUSSAKÁ DO ACRÓPOLIS.

Se bem que me lembro, eu tinha prometido pra vocês cozinhar um prato grego e harmonizar com um vinho; mas acabei não tendo tempo. Todavia encontramos a oportunidade certa na Segunda Divino, para retrucar o Syrah marroquino do Gil da última semana com um Syrah da Grécia; harmonizado com uma bela moussaká do restaurante Acrópoles no Bom Retiro. Saí do consultório ás 18:30 e  quando eram 19:30 já começávamos nossa degu. O primeiro vinho grego que tomei foi na A.B.S de São Carlos no dia dos Chardonnays que me impressionou bastante pela fruta e mineralidade. A moussaka inaugurei lá mesmo no Acrópoles, com o próprio Gil e Rê, e pude conhecer seu simpático dono que me mostrou  como se deve usar o azeite grego: sem miséria!

Moussaká é um prato que está presente em várias culturas mediterrâneas como Turca, Síria, Italiana ( Berinjela á parmigiana ou siciliana);  mas a mais famosa é sem dúvida é a grega. Levada no forno com  tudo de bom numa receita deve ter: carne, tomate, gordura, beringela, leite e queijo. O que mais me instiga na culinária grega são os temperos, e certamente  nessa receita faz  a diferença dessas para as nossas caseiras (além de dar um pt trabalho).  Não vou dar a receita pois não fui eu que fiz; e vale a pena dar um pulinho no Acrópoles.

 Gerovassiliou Syrah 2003 - Domaines Gerovassiliou - Epanomi - Thessanoliki - Grécia.

Vinho macedônico feito de Syrah lotado a 3 kms do mar, porém a 300 mts de altitude. Foi envelhecido 18 meses em carvalho francês novo em solo arenoso calcário que lhe confere boa mineralidade. Coloração rubi com halos violáceos e pouca maturação de aromas de frutas negra como ameixas e algo de cereja amarga, na boca com taninos macios e envolventes numa belísssima acidez para completar. Vi pouca influência da barrica mas um aroma de couro novo, cravo com pimentas num perfeito equilíbrio entre álcool e acidez. Um vinho "singular", talvez diferentel para aqueles que o comparam a um do Rhône ou Australiano, mas é isso que eu quero. Ah! Bateu muito bem com a moussaka, sua acidez e fruta.

Quem traz esse vinho é a Mistral.

Quem faz essa maravilha de moussaká: Acropóles.

Abbracci a tutti!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

FETTUCCINE CON RAGU ALLA BOLOGNESE: 18a HARMONIZAÇÃO ENTRE BLOGS.

Olá pessoal! Tudo bem?

Essa é a primeira vez que tomo coragem para participar da harmonização entre blogs criado em 2007 pelos excelentes Gourmandise responsável pelos pratos e Le Vin Au Blog pelos vinhos. Demorei porquê só comecei a blogar no final de 2009, tenho uma certa dificuldade de encontrar os ingredientes na filial caipira e faltava coragem.... Pura besteira pois o pessoal é muito aberto e não estão muito preocupados com a beleza do prato e resultado final , mas sim em dividir experiências gastronômicas entre amigos que só podem se reunir neste grande restaurante virtual que é a blogsfera.


Senti-me mais confiante pois dessa vez a harmonização vinha da Itália e é um prato cujo preparo remonta á minha infância:

- Ecco fettuccine alla bolognese!

Poucos  pratos traduzem tão bem a culinária da imigração italiana como a pasta alla bolognese derivada de um ragu de carne e uma massa fresca com ovos. Tenho vaga lembrança de minha avó com suas irmãs fazendo o impasto na cozinha e botando a massa no quintal para secar, e eu com meus primos "pentelhos" não parávamos de atormentá-las. Naquela época (coisa de 30 anos) não tínhamos a facilidade de hoje em encontrar essas pastas secas importadas de primeira qualidade e partíamos para as nacionais; até a chegada das Barillas e Divellas. 

 Fiz o meu  impasto básico para 4 ovos e fui para a biblioteca culinária atrás da largura e espessura do fettuccine. Havia muita variação dos fettucci ( fitas) e adotei uma largura um pouco menor que 1 cm. Fiz algumas fitas para mostrar o padrão para o J.G.M, abri um vinho e começamos a divagar e enquanto eu acertava o ragu, ele cortava a massa. O novo "pastaio" durante a confecção da pasta, ensinava-me como sua e minha vó faziam a massa fresca no rolo mesmo pegando ovos do galinheiro no quintal  e a farinha comprava na padaria  daquele saco de pano o mesmo do pão. Quando dei conta o fettuccine já tinha ido aos poucos de tagliarine até pappardelle, mas meu pai com 83 anos cortando o macarrão e tomando vinho comigo não tem preço. Acho que vocês meus amigos vão me perdoar.

Bom chega de papo, gostei da harmonização pois reune no mesmo pacote três Itálias distintas:

1 -  A pasta fettuccine que é originária da Lazio, sendo seus mais famoso o all´Alfredo junto com alla Romana e triplo burro. O clássico com esse ragu é o tagliatelle e por favor nunca com espaguete!

2 - O Ragu alla Bolognese que é Emiliano Romano.

3 - E o vinho que é um toscano Chianti Colli Senesi  para harmonizar.




Segui á risca a receita do molho  que foi adaptada do chef André Mifano  Restaurante Vito, mas cada família (mesmo na Itália) possue o seu modo e segredo de fazer o vero ragu; e todos ficam ótimos desde que haja bom senso. O Tosca Chianti Colli Senesi Tenuta de Valdipiata era 2006; mostrando-se de coloração rubi com halo granada e ameixas maduras com aromas terciários. Com acidez mediana, cacau  e taninos completavam seu retrogosto de boa duração com discreto amargor e herbáceo final. Creio que peguei uma garrafa distinta, mas harmonizou com o prato que estava maravilhoso.

As receitas originais estão nos Gourmandise e descrição do vinho no  Le Vin au Blog.

Parabéns pela idealização e abbracci a tutti !

terça-feira, 8 de junho de 2010

SEGUNDA DIVINO: VINHO MARROQUINO TANDEM SYRAH 2005.

Olá pessoal, tudo bem?!

Retornando á nossa Segunda Divino o Gil resolveu abrir um vinho africano para comemorar a copa do mundo que se aproxima. Quem pensou em Stellenbosch, enganou-se pois o escolhido foi um vinho do norte da África, mais precisamente do Marrocos chamado Tandem.

Por essa pouca gente esperava; mas tandem não é o nome de uma região vinícola, de um monarca ou de algum mercador marroquino mas na verdade é o nome dado áquela famosa bicicleta de dois ou mais lugares que aparece estilizada no rótulo deste vinho. Tudo começou quando Alain Graillot, considerado melhor vinicultor de Crozes-Hermitage, passeando de tandem por Marrocos  encontrou os proprietários da  Vinícola Thalvin e resolveram aliar-se para criarem vinhos premium de terroir marroquino e herança francesa. Com a supervisão de Jacques Poulain, enólogo da  Domanine des Ouled Thaleb de propriedade da Thalvin, iniciaram o cultivo orgânico de videiras no vale de Rommaninas, encostas das montanhas Atlas. A região apresenta solo argilo-calcário com temperaturas altas durante o dia e noites frescas, facilitando o amadurecimento lento e gradual das uvas.  O manejo das videiras de dez anos e cachos é todo manual, com 60% do vinho estagiando em barricas de carvalho francês da Françoís Frére.

Vamos ao vinho que na taça é realmente muito bonito com coloração rubi intensa sem halo específico que abre no nariz aromas de frutas maduras como cereja, algo de morango e especiarias. Efeito da barrica muito suave na boca com taninos médios e bem macios mostrando  pimenta e canela numa média e bem agradável persistência com notas balsmicas e doçura residual. Boa compania num final de tarde para um prato de massa leve e carnes não muito gordurosas; mas aceitam bem temperos e condimentos pela boa fruta. Imagino um tajine de frango até cordeiro com ameixas, amêndoas, limão siciliano em conserva e cous cous marroquino de frutos secos na harmonização. A safra de 2005 mostrou-se ainda jovem com acidez regular lembrando mais um Syrah francês do Rhone que do novo mundo.

Quem traz esse alegre vinho é a World Wine.


Curiosidades:

O maior tandem do mundo foi construído na Austrália em 1984 e tinha a capacidade de 74 ciclistas.

Nenhum Marroquino que trabalhou na colheita provou do vinho.

Abbracci a tutti!

sábado, 29 de maio de 2010

VAMOS VISITAR UMA VINÍCOLA HOJE? SIM, MAS SÓ SE FOR DE METRÕ E BUSÃO! DESCORCHANDO O CHILE PARTE 1.

Olá pessoal, tudo bem?

Poucos lugares do mundo temos a possibilidade de se visitar vinícolas de qualidade próximos a grandes centros urbanos sem a necessidade de carro próprio e GPS como em Santiago. Em grande parte se deve ao eficientíssimo e seguro sistema de transporte dessa na cidade que interliga basicamente todos os bairros com metrô;  complementado por ônibus e taxis  a bom preço. Outro fator  comum é o crescimento não planejado e êxodo rural que levam os moradores a procurar melhores condições de trabalho e moradia invadindo assim áreas de ocupação rural sendo no caso os vinhedos. Isso motivou até alguns vitivinicultores a procurarem terras em outros locais para conseguirem expandir os seus vinhedos cercados por muros de concreto  e imaginem só que no vinho isso é mais complicado pois estamos trocando de terroir. No caso da Aquitania por exemplo foram mantidas em seu lote original de 18 hectares apenas as Cabernets sauvignon e Shyrazes, sendo podadas e replantadas Carmenére, Chardonnay e Pinots em outro solo mais ao sul no Valle del Maleco.

 Bem vamos então pegar o metrô primeiro. Existe a linha 1- vermelha que fica paralela e próxima ás grandes vias, centros comerciais e turíscos da cidade. Peque um vagão sentido Los Domenicos até a estação Tobalaba que faz a intersecção com a linha 4, troque de vagão (baldeação para nós) e vá agora para Puente Alto e desça na estação Quílin. A partir daí tem 2 opções; pegue o busão local D 17 e vá até o cruzamento da  Los presidentes com Av. Consistorial, desça  e ande nesta última avenida  cerca de uns 500 metros e estará na porta da Aquitania num trajeto total que durou 40 minutos. Outra opção que é a que sugiro é pegar um taxi ,que lá é bem barato, no Mall Quilin ao lado da estação e peça para ele te levar ás vinicolas, porquê certamente será difícil voltar de metrô com suas sacolas....Existem taxis passando por lá toda hora, e lhes asseguro que de carro é mais prático com excessão das horas de pico, mas não se esqueça do GPS. Foto ao lado mostra casa de condomínio fechado de um sortudo qualquer que acorda com essa bela vista das vinhas Aquitania.

Para quem realmente gosta de vinícolas e quer usar um período ou até o dia inteiro é um ótimo passeio, podendo-se facilmente visitar 3 vinícolas em no dia a um preço muito menor que comprar de agências turísticas. Segue abaixo minhas sugestões para esse "recorrido":


1 - Viña Aquitãnia. Tomar um Sol Del sol e um Lázuli.
Av. Consistorial, 5090, Peñalolén, Santiago.

2 -  Viña Quebrada de Macul - Domus Aurea.
Av. Consistorial 5900, Peñalolén, Santiago.

3 - Viña Cousino - Macul. Visitar o museu da vinícolas e quem sabe um Lota numa visita mais  longa de quase 2 horas.
Av. Quilin, n 7- 100, Peñalolén, Santiago.

Programen-se e Abbracci a tutti!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

LANÇAMENTO GUIA DESCORCHADOS 2010 - HYATT HOTEL SÃO PAULO.

Olá pessoal tudo bem?

Ontem - 24\05\2010- fui ao lançamento do mais completo guia sobre vinhos sulamericanos agora na sua versão em português. Foi no Hotel Hyatt são Paulo e degustar uma boa amostra dos vinhos avaliados; além de conhecer e trocar informações com  produtores, importadores e criadores do guia Fabricio Portelli (Arg) e Patricio Tapia (Chi).

Comecei pelos dois mais pontuados do Guia chileno: o Cabernet de Miguel Torres Manso de Velasco e o Sol del Sol Chardonnay da Aquitania que obtiveram maior classificação como  branco e tinto respectivamente. Conheci Cristian Ubal da Miguel Torres e falamos sobre a minha experiência de ter visitado o Chile no pós terremoto e sobre as peculiaridades do terroir singular de Curico donde nasceu esse belo tinto campeão.       


Na mesma bancada com Luiz  Eduardo da Casa da Porto  degustamos um vinho que já havia provado na sua loja e que me impressionou demais que foi o Erasmo. Conversamos ainda sobre o projeto Winemakers 2010 Chile e que ainda possue kits- caixas no estoque; problema é que vou ter que levar um Domus Aurea junto.... Ainda entre os chilenos me surpreendeu os  Laberinto Cabernet sauvignon /Merlot e  Sauvignon blanc 2008 e como surpresa especial um vinho recém chegado para a exposição como aposta na linha  premium da vinícola Tarapacá  em Maipo feito com  Cabernet Sauvignon (87%), Syrah (7%) e Merlot (6%) chamado Závalo de 2005. Não posso deixar de lado os também degustados Lota 2006, Maycas de Limarí Reserva Especial Syrah 2007 e House of Morandé 2006.
Entre os argentinos não houve nenhuma surpresa e pude degustar um pouco de tudo,  já que os conhecia bem. Desfilaram entre as estrelas os Catena- Zapatas, Cadus e Nieto Senetiner com seus vinhos premiuns de cortes de Malbec e Torrontés - Chardonnay - Gewurz. Ruca Málen sempre forte presença na minha memória.


Sempre creio que o principal intuito das feiras e eventos sobre vinhos não é na verdade  a degustação, mas sim ampliar sua rede de amizades e contatos. Dessa vez pude conhecer e aprender muito com o enólogo Carlos Giacometti consultor da Épices e Winecommerce; degustando grande parte dos vinhos juntos.Alé dos vinhos do guia; relatou entusiasmado sobre os  alentejanos da Herdade dos Grou que alia métodos tradicionais aos científicos de escolha da hora exata da colheita para atingir maturação máxima da uva; orientadas pelas  fases da lua - Moon harvesting. Discutimos ainda sobre conceitosde single wineyards, agricultura biodinâmica e de como é saudável o universo do vinho.

O Guia Descorchados 2010 é publicado pela Editora Planeta e seu custo médio é de R$ 130,00. Aí vai uma sugestão para quem é entusiamado como eu e possue uma confraria: vamos comprar os vinhos do guia e façamos ás cegas para termos o nosso próprio Guia Descorchados inclusive com nacionais! Se quiser me convidem que eu levo meu vinho!

Abbracci a tutti e Buon Assagio!

terça-feira, 25 de maio de 2010

PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DA ANTICA OSTERIA MARINO - OSSOBUCO ALLA MILANESE COM RAGU ATUSCANADO E SUPERTOSCANO DOGAJOLO.

Olá pessoal! Tudo bem?

Pois é gente hoje a Antica Osteria faz 1 aninho de vida! Foram receitas, vinhos, estórias, dicas de viagens e bons novos amigos conquistados nesse ano. Pude nesse espaço dividir com todos vocês minhas experiências enogastronômicas e ajudar a uma parcela específica do as amantes da culinária italiana.

Bom escolhi um prato mais aristocrático oriundo do norte da Itália; e para melhor harmonizar melhor com o vinho de sangiovese que ganhei de meu irmão no meu próprio aniversário;dei uma "atuscanada" nele.

 Entonces batizei de "Ossobuco alla milanese com ragu atuscanado".

Como já mencionei o osssobuco é um prato típico Lombardo onde a carne é feita pelo método tradicional e servido ao molho de tomate puro ornado com o risotto de açafrão (risotto alla milanese) virando assim o prato inteiro como "ossobuco alla milanese". 

Como somos filhos de Deus abram uma garrafa de vinho branco gelado, sirva-se de uma taça e faça um belo caldo de legumes com cenoura, cebolas, salsão, pimentas malagueta inteira e preta em grãos, pedaços feios que vieram no pacote de funghi secchi, louro, tomilho, cravo e tudo o que vier na cabeça. Não coloco nada de carne ou ossos porquê creio que o ossobuco já tem um aroma forte e não queria que tudo ficasse com o mesmo gosto. Salpimentei a gosto os ossobucos e os amarrei para não de desmancharem e passei ambos os lados na farinha de trigo peneirada. Numa panela funda de fundo grosso dourei os ossobucos em azeite extravirgem; depois adicionei 1 cebola, 1 talo de aipo e uma cenoura picados microscopicamente e dei um choque térmico até perfumarem o ambiente. Finalizei com uma taça generosa de vinho branco á temperatura ambiente, completei com caldo de legumes e botei para cozinhar até a carne ficar bem tenra. Nesse momento retirei os ossobucos e guardei numa travessa e parti parao ragu. Acrescentei no caldo meu molho de tomates fresco:10 tomates maduros e perfeitos  previamente batidos no liquidificador e peneirados; deixando-os apurar com uma colher de chá de extrato de tomate. Até aí é o tradicional ossobuco alla milanese, porém eu o atuscanei acrescentando  legumes como cenoura em rodela; salsão picado, abobrinha italiana, cogumelos variados e ervas aromáticas com um tico de hortelã. Faltando alguns instantes para finalizar o molho coloquei os ossibuchi para esquentar no forno e botei o vinho tinto para respirar na mesa. Ragu pronto corrigi só agora com sal e pimenta,salsinha picada e desamarrei as carnes. Servi sobre uma cama de risotto  e derramei com o molho  de tomate.

Tomei com um belo vinho que me impressionou um supertoscano de 80% de sangiovese e algo em torno de 20% de cabernet feito na região de  Chianti Clássico pelos enólogos Giovanni C. Sacchet  Antonio M. Zaccheo; que tinham como missão se fazer um vinho tinto moderno dentro da apelação clássica. De coloração rubi intensa; o Dogajolo Toscano Rosso IGT 2005 (Vini  Carpineto) apresentava ao olfato ameixas madura e especiarias como cravo e pimenta. Na boca mostrou-se bem jovem e frutado com bastante cereja, baunilha, café, nota balsâmica e floral. Muito macio e arredondado com uma acidez viva que harmonizava muito bem com a docura da fruta e gordura do prato. Ficou divino e adorei o rótulo que mostra todas as estações da Toscana com folhas e frutos de diversas tonalidades.

Bem gente, era o que eu tinha para hoje e obrigado por me visitarem neste ano. Como o post ficou cumprido demais, a receita e estória do risotto alla milanese vai ficar pra outro dia.

"Sono molto ringrato a tutti gli italiani che me hanno acompagnato e aiutato con le sue ricette e consigli in questa piccola giornata "


Abbracci a tutti!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

ODE AO VINHO - PABLO NERUDA (1904-1973).

Olá pessoal, tudo bem?

Pra ser sincero com vocês nunca tive muita proximidade com a obra de Pablo Neruda, sendo que meu primeiro contato foi com o livro O carteiro e o poeta. Tive a oportunidade de conhecê-lo melhor hoje que visitei sua casa aqui em Santiago e me impressionou tudo o que eu vi. Trata-se  além de um grande poeta e ativista político; uma pessoa que amava muito seu país, seus amigos, suas mulheres e o mar.....
Na arquitetura de sua casa pode-se comprovar a alegria com que queria receber seus amigos e amantes, criando uma atmosfera propícia para criar e amar, o mar. Todo esse seu amor ás coisas que sua terra podia oferecer está encrustada nessa obra onde seus sentimentos se enebriam  de vida num só poema. Como estou preparando uma série de posts sobre minha viagem ao Chile, adoço a boca de vocês com ese poema nerudiano em homenagem ao vinho que sempre esteve presente na sua vida.

ODA AL VINO

Vino color de día,
vino color de noche,
vino con pies de púrpura o sangre de topacio,
vino,
estrellado hijo de la tierra,
vino,
liso como una espada de oro,
suave como un desordenado terciopelo,
vino encaracolado y suspendido,
amoroso,
Marino,
nunca has cabido en una copa,
en un canto, en un hombre,
coral, gregario eres,
y cuando menos, mutuo.

A veces
te nutres de recuerdos mortales,
en tu ola
vamos de tumba en tumba,
picapedrero de sepulcro helado,
y lloramos lágrimas transitorias,
pero tu hermoso traje de primavera
es diferente,
el corazón sube a las ramas,
el viento mueve el día,
nada queda
dentro de tu alma inmóvil.



El vino
mueve la primavera,
crece como una planta la alegría,
caen muros,
peñascos,
se cierran los abismos,
nace el canto.
Oh tú, jarra de vino, en el desierto
con la sabrosa que amo,
dijo el viejo poeta.
Que el cántaro de vino
al beso del amor sume su beso.

Amor mio,
de pronto tu cadera
es la curva colmada de la copa,
tu pecho es el racimo,
la luz del alcohol tu cabellera,
las uvas tus pezones,
tu ombligo sello puro
estampado en tu vientre de vasija,
y tu amor la cascada de vino inextinguible,
la claridad que cae en mis sentidos,
el esplendor terrestre de la vida.

Pero no sólo amor,
beso quemante o corazón quemado
eres, vino de vida,
sino amistad de los seres,
transparencia,
coro de disciplina,
abundancia de flores.
Amo sobre una mesa,
cuando se habla,
la luz de una botella
de inteligente vino.

Que lo beban,
que recuerden en cada
gota de oro
o copa de topacio
o cuchara de púrpura
que trabajó el otoño
hasta llenar de vino las vasijas
y aprenda el hombre oscuro,
en el ceremonial de su negocio,
a recordar la tierra y sus deberes,
a propagar el cántico del fruto.



1 -TODOS OS CRÉDITOS PARA AQUELES QUE LUTAM PELA PRESERVAÇÃO DA HISTÓRIA E E IMAGEM DESTE POETA Fundacíon Neruda.

Abbracci a tutti!

terça-feira, 11 de maio de 2010

TOP WINEMAKERS 2010 CHILE. CORRA ANTES QUE O SILVESTRE PUBLIQUE!!!!!

Olá pessoal tudo bem?

Nesta última Expovinis tive a oportunidade de conhecer uma pessoa muito agradável e simpática que é o Sylvestre Tavares do Vivendo a Vida. Estava no box da Viu Manent  tomando meu Viu 1 quando deparei com aquela figura singular e seu colega Dr W. Conversamos bem por uns 45 minutos sobre o Enoblogs, que ao meu ponto de vista é o maior divulgador independente do conhecimento do vinho do Brasil, e a as nossas peripécias enológicas. Nada passa Incógnito por ele com seus posts são dinâmicos, atualizados e mais jornalisticos que o meu; que se assemelha mais com um Globo Repórter do vinho.

As informações do vinho não tem dono nem maternidade, pois todos nós temos mais ou menos as mesmas fontes e por isso mesmo postamos continuamente quase que ao mesmo tempo. Detêm o furo jornalístico aquele que mora em Bordeaux ou Borgonha; e certamente não queremos ser os Papparazzi do Enoblogs pois levamos também informação.

Bom estava na loja "El Mundo del Vino" em Santiago quando o sommelier me mostrou uma coleção que foi lançada este ano. A idéia foi de Rafael Prieto do Guia del Vino del Chile em reunir para a comemoração do bicentenário do Chile seus dez melhores enólogos, entre eles o Pablo Morandé, para ser fazer diferentes  vinhos assemblages  a partir de um lote (terroir) único no Vale Maipo que não pertencesse a nenhum dos envolvidos. Cada enólogo recebeu a mesma quantidade de uvas Cabernet sauvignon (4000 kg) que poderiam ser adicionadas a no maximo  30 % de outras variedades  provenientes de seus próprios vinhedos. Foram relizados cortes com Carmenére, Petit verdot, Mouvedre, Syrah, Carignam, Merlot, Malbec e até Cabernets para darem assim o toque do autor. Foram os escolhidos: Ignácio Recabarren Concha y T., Aurélio Montes, Marcelo Retamal De Martino, Marcelo Papa, Adolfo Hurtado da Cono Sur, Cecília Torres da Santa Rita, Álvaro Espinoza do Don Melchor e  Andrés Ilabaca da Santa Rita.

Taí o resultado dez jóias tânicas  numa caixa de madeira de luxo que custam $ 400.000 pesos ou R$ 1200,00 com assinatura do enólogo responsável, e segundo o pessoal da loja não farão uma nova edição. Esse projeto foi chamado de TOP WINEMAKERS 2010 - CHILE. Vale a pena comprar em grupo e degustarem. 

Bem  achava que tinha furado os zóio do Silvestre, mas não deu certo pq ele já tinha postado.

 Um abraço pra vocês do Enoblogs e aguardem meus posts de aniversário de  1 ano  da Antica Osteria pois estou literalmente descorchando o Chile pra vocês.


Abbracci a tutti!

sábado, 1 de maio de 2010

MENU DEL GIORNO: STROZZAPRETE ALLA CALABRESE COM VINHO SICILIANO LA SEGRETA.

Olá pessoal! tudo bem?

Pois é, faz tempo né. Acabaram acumulando vários posts pela simples falta de tempo e por uma certa depressão digital que afeta todos os blogueiros num certo momento da vida. Entramos em conflitos do tipo meu blog não é lido por ninguém ou; cadê os comentários das pessoas e para onde foram meus seguidores. Na verdade essa ferramenta foi desenvolvida para ser um diário, onde todo mundo possa expressar suas idéias "on line" aos mais longinquos confins do planeta (que possua banda larga). Com o tempo o perfil da osteria mudou um pouco estando mais técnico;  preocupado com a qualidade das fotos e conteúdo que talvez estivesse mais antenado a assuntos que me dessem maior projeção. Perdi um pouco o prazer de escrever livremente as coisas que me faziam felizes de verdade; tirando-me a empolgação e aquela espontaneidade de bate  papo com vocês meu amigos; que era a minha característica principal. Quero voltar a ser "nonno" e poder divulgar a idéia da boa mesa com bons amigos!

Bom tinha que ser um prato forte e dominante que mostrasse todo o  meu entusiasmo pela culinária italiana. Lógico que o primeiro tipo de pasta que veio a minha cabeça foi o strozzaprete e o molho que remonta a 50% da minha árvore genealógica; alla calabrese. A primeira vez onde provei foi no restaurande La Pasta Gialla do Sérgio Arno e realmente foi amor a primeira vista sendo depois mangiado nas minhas peregrinações pela Bota.

O strozzaprette é uma pasta caseira aberta no rolo da Emilia- Romagna obtida a partir de elementos simples da culinária local que demandam um certo trabalho manual e necessitam de molhos fortes e condimentados. Sua tradução significa enforca-engasga padre e a lenda mais difundida conta que a massa deveria ser grossa o suficiente para se enforcar-engasgar um padre devido a avidez e velocidade com que os canônicos glutôes comiam; levando-os a morte por e asfixia. Historicamente se conta que um padre chamado Matteo Marino numa peregrinação á gruta de Monte Sant'Angelo parou para almoçar numa "antica osteria". O padre não gostando do atendimento e da frequência  local, entrou em conflito com os anfitriões e hóspedes; que pediram para a cozinheira que inventasse um prato que fosse delicioso, mas que pudesse levar o meu parente Marino ao fácil encontro de São Pedro por asfixia.

Irmão maior da cavatelle, geralmente é feito a partir de grano duro e água, aberta no rolo numa espessura grossa tipo número 4 ou 5 da máquina e cortada em tiras como o pappardele com 1,5 cm de largura por 5 cm de comprimento. Com um movimento rápido e seco entre as mãos é dada a forma aos strozzapretti que seria a mesma forma de "si strozzare un prete". O aspecto final é esse que vocês veem ao lado e lembra muito a fêmea do Ancilostoma duodenale.




Vamos á receita do strozzaprete con ragu alla Calabrese para 4 pessoas educadas:

- Massa fresca  de grano duro 300 gramas.
- 1 cebola pequena.
- 300 gr de linguiça calabresa picante em rodelas .
- Salsão e cenoura finamente picadas.
- Funghi seco 10 gr - 2 nacos.
- Azeite E.V. e manteiga.
- Salsinha picada, ramos de alecrim e tomilho.
- 1 pitada de três dedos de sementes de erva doce.
- 50 ml de vinho branco seco.
- 1 lata de tomates pelados italianos.
- Queijo parmesão ralado na hora.


Aqueço na frigideira óleo e manteiga e coloco as rodelas de linguiça para pegarem cor e aroma com 1 ramo de tomilho e outro de alecrim. Adiciono então cebolas, salsão e cenouras até murcharem, e esfrio os ânimos do pessoal com uma boa taça de vinho branco e os funghis com erva doce para incorporarem os aromas. Evaporado o álcool, coloco os tomates pelados e agora picados; e complemeto com a mesma medida de água ou caldo de carne e deixo apurar até o ponto desejado.

A massa já esta quase "aldente" na água salgada, escorro e termino o cozimento dela na própria panela do molho e acrescento a salsinha e o queijo ralado. Misturo tudo e mando pra mesa!

Harmonize com um belo vinho tinto encorpado e alcoólico sem exageros. Abri um vinho siciliano La Segreta Rosso Sicília IGT  da Vinícola Planeta colheita de 2005. Feito da autóctone 50% Nero D'Avola foi complementada pelas estrangeiras 25% Merlot, 20% Syrah, 5% Cabernet Franc. Mostrou-se bem frutado com ameixas e cerejas em compota, cacau e especiarias. Discreto amargor final mas com um belo corpo e taninos no ponto bebidos na hora certa.

Espero que tenham gostado e o vinho quem traz é a Interfood!

Vejam o vídeo de como se faz o verdadeiro strozzaprete no link ao lado que vale mais que mil palavras!

Abbracci a tutti!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

RIQUEZA E DIVERSIDADE DE VINHOS TINTOS PORTUGUESES A.B.S. SÃO CARLOS - 08/04/2010

Olá pessoal, tudo bom?

Quinta-feira realizamos uma degustação especial com vinhos tintos de Portugal. Foi a versão tinta da última com vinhos de diversas regiões, com variedades tradicionais porém de características diferentes, com destaque para o vinho alentejano.

 Vamos a eles:


1 - Vinha da Nora Reserva 2005 - Quinta do Monte d"Oiro - Vinho Regional de Lisboa - Alenquer.

Nosso primeiro vinho tem a as vinhas oriundas dos M. Chapoutiner feito com Syrah (95%) e Cinsault pelo enólogo José Bento dos Santos.  Mostrou fruta madura com um fundo de especiarias. Estão presentes sutilmente as notas de chocolate, pimentas e húmus características da casta Syrah com médio corpo e acidez estimulante.

2 - Termeão Pássaro Branco 2005 - DOC Bairrada - Campolargo - Anadia.

Manuel dos Santos planejou esse vinho com Touriga Nacional, Cabernet e Castelao Nacional macio de taninos e aromatico com frutas vermelhas maduras, balsâmico e  bala de caramelo. Especiarias presentes num vinho bem gastronômico.

3 - Quinta do Carmo Reserva 2004 - Vinho Regional Alentejano - Quinta do Carmo e  D. B. Rothschild - Alentejo.

Vinho mais aristocrático e elegante da noite com frutas em compota como ameixa e cereja com couro novo, terrosos e floral como violeta gerado pela mistura deAragonez, Cabernet sauvignon e Syrah. Muito macio na boca com retrogosto bem agradável que merecia mais tempo para ser compreendido melhor.


4 - Quinta de Ponte Pedrinha Reserva 2004 - DOC Dão - Quinta da Ponte Pedrinha - Serra da Estrela.

 Para mim a melhor surpresa da noite num vinho muito aromático e equilibrado com vinhas em Viseu próximo á Serra da Estrela. Coloração rubi bem intensa que no nariz mostrou um belo aroma balsâmico característico da região, que somado com as frutas como cereja em calda e mineralidade me deixou pasmo. Ótimo custo benefício num ótimo vinho que só um terroir como esse pode produzir

5 - Meandro do Vale Meão 2007 - DOC Douro - Quinta do Vale Meão - Vila Nova de Foz Coa.

Este vinho feito de Touriga N., Tinta roriz, Touriga francesa estagiou no segundo uso dos barris do principal  Vale Meão, cujas uvas eram vendidas para a produção do mítico Barca Velha. Começou em 1877 com Dona Antónia Adelaide Ferreira que comprou os terrenos  no Douro Superior e, com a ajuda dos galegos, construiu sua propriedade no Vale Meão pouco acima das vinhas do Barca Velha. Hoje seus descendentes, Família Olazabal, passaram a produzir seus próprios vinhos apelidados de Barca Nova.

Vinho rubi bem violáceo, jovem e frutado com cassis e cereja lotado de especiarias como canela e aniz. Encorpado sem passar no álcool apresenta retrogosto duradouro que completam toque de baunilha bem agradável com bala de caramelo.
O jantar foi acompanhado do vinho da Tapada 2005, um vinho da Herdade dos Coelheiros, com um
Lombo Assado com Calda de Laranja que estava divino!

Vinhos trazidos pela Mistral.

Abbracci a tutti!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

JANTAR HARMONIZADO COM VINHOS E CULINÁRIA DA ÚMBRIA.

Olá pessoal, tudo bem?

Terça passada fui convidado a esse que para mim foi o melhor encontro enogastronômico que já participei em Araraquara. Por iniciativa do Rodrigo do Empório Basílico, foram convidados um chef  italiano e um enólogo de uma grande importadora para dividirem suas idéias no mesmo espaço; o restaurante Vitório.  Adoro jantares harmonizados pois talvez seje um dos maiores desafios, tanto para o Chef como para o Somellier. Temos que compatibilizar aromas, texturas, sabores, acidez, cores e temperaturas do vinho com o do prato, e  principalmente com o comensal não somando suas caracteristicas mas sim extrapolando-as.  Do meu ponto de vista esse evento começou muito bem pois um dos melhores critérios para uma boa enocompatibilização é a regionalidade, ou seja pratos da mesma região combinando com seus vinhos conterrâneos. Tudo isso conduzido pelas mãos hábeis do Chef Sauro Scarabota do Restaurante Friccó que preparou receitas tradicionais da Umbria; harmonizadas pelo promissor enólogo da Decanter Igor Maia que nos apresentou os vinhos da Vini Cardeto.

Infelizmente cheguei um pouco atrasado, perdi o primeiro vinho da sequência e tive duas escolhas:
Esquecer o post perfeito para o blog e jantar tranquilamente, ou ficar estressado e anotar todos os detalhes com descrições dos vinhos e fotos elaboradas dos pratos...

Desculpem-me os blogueiros; mas resolvi curtir o jantar com os amigos.

1 - Recepção:

Orvieto Clássico Secco Pierleone 2008. Vinho branco jovem cítrico e fresco .

2 - Antipasto:

Fantasia de crostini da Úmbria com Rupestro I.G.T. 2008 - Sauro idealizou quatro crostinis com ingredientes que lembram sua terra natal e por isso diversificou com: linguiça, abobrinha e queijo; tomates frescos; fígado e o último de lentilha com cenoura que foi bem harmonizado com um vinho jovem bem frutado sem  passagem por barrica feito de Sangiovese, Montepulciano, e em menores percentuais Canaiolo e Ciliegiolo.


3 -  Primo Piatto :

Gnocchi de Batata com Funghi Trifolati levemente picante e Nero della Grecca Sangioves Úmbria I.G.T 2005. Para conseguir sustentar os 85% Sangiovese e 15% Merlot com 12 meses de barrica , este prato foi vitaminado com um leve ragú e ficou perfeita a adição do "pane grattugiato" bem crocante e temperado em lugar do queijo ralado para manter as características dos seus ingredientes e estalar os sentidos. A pimenta do molho era sustentada pelas especiarias do vinho.

 Harmonização perfeita! 


 Atenção aos menos habituados aos costumes italianos para não confundirem!

Funghi Trifolati não significa de jeito nenhum três fungos, mas na verdade é um acompanhamento (contorni) típico do Piemonte; simples e saboroso, caracterizado pelo modo como os funghis são preparados: fatiados e salteados na manteiga com vinho branco mais salsinha e que pode ser usado também no preparo do molho para massas ou  de risottos. Capisce?! Veja no link uma bela receita.

4 - Secondo piatto:

Para finalizar polenta com coelho na caçarola com azeitonas e chicória com Arciato Úmbria I.G.T. 2005. Adoro essa combinação de coelho com polenta pois a maciez, o sabor da carne e de seu molho lembram muito bem a simplicidade dos camponeses e a riqueza de aromas e sabores da culinária Umbra. Foi harmonizado com um vinho mais austero vinificado com alma  Bordalesa no corte de Merlot 55 % e Cabernet Sauvignon 45%  ao estilo mais moderno, que meu ponto de vista sobrou  para esse prato delicado. Pedi uma outra amostra do Nero, que ficou divino!





5 - Dolce:

Para todo mundo ir feliz para casa: crostata com geléia, amêndoas, nozes e um café por favor!


Bela noite onde pudemos degustar vinhos do Cardeto que apresentam grande vocacão para gastronomia, mostrando-se intensos, frutados, terrosos e com bela acidez que combinaram muito bem com o cardápio proposto.

Como foi discutido apresentam-se muito jovens mais voltados para a gastronomia do que degustações, tendo muito ainda a evoluir na garrafa com um belo potencial de guarda. Meu melhor vinho foi o Nero della Grecca e de prato coelho com polenta não menosprezando os gnocchi.

Para saber mais:

Entrem no site do Restaurante Fricco do chef Sauro Scarabota.

Abbracci a tutti e amanhã tem Segunda Divino!