sexta-feira, 31 de julho de 2009

O PRIMEIRO BORGONHA A GENTE NÃO ESQUECE...CORTON - CHARLEMAGNE.

Nessa minha vida de enocurioso já tinha tomado até então mais ou menos um pouco de tudo. Havia uma grande lacuna em meu currículo que me atrapalhava na degustação de vinhos brancos; na verdade não tinha parâmetros de comparação principalmente para os de Chardonnay. Nada melhor começar com um grande Borgonha.




Degustamos Corton-Charlemagne Granc Cru 2006 - Domaine Comte Senard



O Corton-Charlemagne é um vinhedo Grand Cru localizado entre as aldeias de Aloxe -Corton, Pernand -Vergelesses e Ladoix- Serrigny, na Cotê de Beaune região vinícola de Borgonha. Esta apelação possue 1,98 hectares de vinhedos plantados na porção sudoeste de uma colina que produzem anualmente 300.000 garrafas de vinho branco. Possue combinação perfeita de solo argilo-calcário e clima continental com os vinhedos recebendo boa quantidade de sol pela manhã permitindo assim boa maturação. As uvas cultivadas na porção mais alta são a Chardonnay (Corton-Charlemagne) e uma pequena quantidade de Pinot blanc. O vinho tinto de denominação Le Corton cobre a parte inferior deste morro com a casta Pinot noir, transformando-se assim na única apelação que contém brancos e tintos na Borgonha.

A história deste vinhedo é recente, e em parte deve-se ao imperador francês Carlos Magno (corton=lugar alto e Charle Magne) que doou em 775 um lote de terras para os monges da Abadia de Saulieu tomarem conta. Reza a lenda que imperador gostava muito dos vinhos tintos provenientes desta região, mas com a idade sua farta e longa barba começou a ficar cada vez mais branca e tingia-se facilmente. Sua esposa Desidéria incomodada com o fato, começou a apurrinhar o nobre imperador para que ele parasse de tomar os vinhos de sua região predileta. Dito e feito: de tanto a dona patroa insistir, Carlão mandou cortar todos os vinhedos e replantá-los com uvas brancas satisfazendo assim os caprichos da imperatriz . Pôde então manter a barba alva e tomar seu vinho de bermudão e chinelo na varanda com sossego.

Portanto é graças a imperatriz, que pude tomar um dos vinhos brancos
(e não tintos) mais famosos do mundo. Em 1660 os monges de Saulieu venderam o vinhedo, mas em 22 de março de 1862 que estes vinhedos passaram a receber a denominação de Grand Cru .

Bom chega de papo:
Vinho de coloração amarela com reflexos verdeais , límpido e translúcido. No nariz não apresentou uma explosão de sabores, mas a cada momento apresentava uma faceta. Começou com aroma de frutas maduras como abacaxi, melão e maçã verde com toque herbáceo. Impressionante mineralidade e com o tempo apareceram sabor de mel, cera, baunilha e caramelo. Extremamente untuoso na boca mantendo a fruta madura e manteiga contrastando com o mineral e a boa acidez. Irretocável com retrogosto persistente até agora...


Para saber mais:
www.domainesenard.com/
www.drouhin.com/

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Montalcino - Onde feliz é o padre; que reza a missa com brunello.


Pra quem gosta de vinho, Montalcino é um lugar realmente especial. È uma pequena cidade medieval situada no topo de uma colina na região de Siena centro-sul da Toscana; famosa pela sua principais joías chamadas brunellos. Possui cerca de 5oo0 habitantes que transpiram vinho e uma boa infraestrutura hoteleira e de restaurantes.







Montalcino emoldurada por oliveiras




Não adianta querer conhecer todas as vinícolas; é impossível e uma grande perda de tempo. Você vai escutar a mesma estória sempre. Sugiro ir a uma vinícola de cada perfil: tradicional, superturística e se der tempo uma familiar. Reserve o seu dia pra tomar brunello nas vinícolas e comer pasta com javalí : uma de manhã, outra no almoço fazendo a refeição alí mesmo e uma mais a tarde. Não se esqueça de reservar pelo menos 1 dia para passear pela cidade.

Das vinícolas....

Biondi Santi - Il Greppo: O berço dos brunellos imperdível e obrigatória, tradicionalíssima com infraestrutura perfeita para recepção de enófilos que queiram conhecer realmente a história da vinícola e do brunello. Não é voltada de forma alguma ao turismo vinícola amador e as visitas são personalizadas . Propriedade muito bonita com lindos jardins e paisagens, onde além de ser a sede da empresa é tb a casa do Dottore Biondi Santi. Não adianta insistir, sem reservas não entra. A visita é gratuita com degustação paga (15 a 50 euros) podendo comprar os vinhos a um preço inferior ao mercado. Pode-se optar por degustações mais elaboradas porém...

Fattoria dei Barbi : Além de ser tradicional, é mais voltada ao enoturismo com uma sala de degustação para todos seus produtos desde vinhos, azeites, grappas, chiantis, supertoscanos e vinsanto. Pode-se tb optar em fazer seu almoço por lá mesmo , cujo restaurante serve pratos típicios de culinária toscana tipo "caseiro\ do campo" com produtos da própria fattoria. Boa pedida.

Castelo de Banfi: Totalmente voltada ao enoturismo, com passeios de hora em hora lotados de gringos sem necessidade de agendamento prévio , mas pagamento adiantado com número de cartão do Brasil para degustações. Pode-se almoçar, degustar, comprar vinhos queijos e até dormir por lá se quiser. Um belo passeio tb, mas não é o meu perfil.

Infelizmente não consegui ir a uma vinícola familiar, mas da próxima vez....





Faça LA PRENOTAZIONE - Reserve com pelo menos 1 mês de antecedência os tours vinícolas; de preferência imprima o e-mail de resposta com data e hora para apresentar como comprovante. Não precisa agendar com agência turistica local, pq vão te cobrar caro pelo passeio como se vc fosse americano. As vinícolas são bem próximas entre si e do centro da cidade, com fácil acesso e bem sinalizada. O difícil é a volta.....


Almoçe de preferência em uma delas, sugiro a Fattoria dei Barbi e Castelo de Banfi.

Não tenha medo ou vergonha, pergunte!!!!! As melhores dicas eu consegui perguntando pro pessoal das vinícolas e do hotel: onde vc compra, come, bebe e sai. Por ser uma cidade pequena, as atrações estão todas por perto e podem ser conferidas a pé.



Por estar no alto de uma colina um dos maiores atrativos de Montalcino é a sua vista do Val d'Orcia , portanto sugiro que pegue um hotel que seje defronte a esse maravilhoso panorama Fiquei no Hotel dei Capitani com quartos muito conchegantes, apesar de pequenos, com essa bela vista que pôde ser apreciada inclusive no café da manhã que era excelente.

Minha primeira opção o Hotel Il Giglio, era de categoria superior ao do Capitani, mas não tinha mais quartos vagos. Possue também um ótimo restaurante com pratos típicos de Montalcino como o Scottiglia di Cinghiale con Polenta e Brasato al Brunello.

Existem ainda a opção de agriturismo que tb é bem interessante tipo hotel fazenda, mas penso que dormir e passear a noite dentro dos muros de Montalcino é um charme que não vale a pena desperdiçar.

Para se ter uma noção geral dos vinhos da região, sugiro a enoteca La Fortezza que fica dentro da grande fortaleza na entrada da cidade. Ela possui, além de uma grande variedade de brunellos; vinhos toscanos em geral e você pode comprar uma degustação de vários vinhos do dia pelo valor de 10 a 15 euros. Inclui tb um pequeno restaurante com pratos rápidos. Há várias lojas de vinhos de consórcio e de pequenos produtores pela ruas; pode-se dar uma sapiada.

Outra dica do povo local que valeu muito a pena foi a loja Villa I Cipressi escondida no meio das curvas onde encontrei mel, geléia, azeite e doces da região de Montalcino. Valeu a pena trazar o mel de lavanda, acácia e de rosmarino, e o misturado com frutas vermelhas (frutti di bosco). Pode ficar tranquilo que o cachorro não morde, mas te suja toda a roupa.

Além do Il Giglio, fui ao Il Grappolo Blu que fica no meio de uma ladeira. Fiquei meio ressabiado no começo porque tava tudo muito quieto e vazio. Arrisquei e entrei...

Valeu muito a pena estava cheio com um ambiente descolado de culinária regional com maquilagem moderna. Os proprietários tocam o local tornando o ambiente um pouco informal, além de ser GLS friendly. Comi javali com redução de brunello com polenta e uma semiluna de ricota defumada com ragu de carne e funghi que estavam divinos acompanhados de um... brunello. Tive que terminar com um bom e velho vinsanto con i cantucci.


Tive a sorte de chegar no meio da sagra da primavera, onde dentro da fortalezza foram armadas barracas como na festa junina,e pude comer pratos típicos dessa região. Fiquem atentos a toda e qualquer manifestação cultural: portanto perguntem, leiam cartazes em paredes de restaurantes pois são imperdíveis.

Não compre nada que seje de 2003!!!!! Péssima safra para os brunellos.

Não se esqueça do GPS para chegar.

Esqueça do GPS para sair.

Cidades próximas que tb devem ser visitadas:

Pienza: Linda e pequena vila medieval com 2000 habitantes ode está situado um dos melhores restauranes da culinária local : o Latte di Luna. Comi o gnocci al ragu di carne e um tagliarini al ragu di cinghiale (javali). Meu Santo Deus!! Tive que acabar pedindo mais um vinsanto con i cantucci. Por fim tomei uma bela dose de grappa para afujentar o frio. Eram já 11 horas da noite e não tínha ainda lugar para dormir. Perguntei ao dono do restaurante, e ele largou o que estava fazendo e me levou num pt. frio até a casa de uma senhora que gentilmente me acolheu em sua casa ; alugando um de seus quartos com uma vista maravilhosa do Val d'Orcia

San Quirico d'Orcia: Queijo de de cabra , embutidos e lojas de vinho com preços bons porque está fora da rota comercial- turistica. Comprei brunello Castelgiocondo Frescobaldi por 29 euros a garrafa .

Para saber mais de vinhos e vinícolas:
1 - Biondi Santi.
2 - Fattoria dei Barbi.
3 - Castello Banfi.
4 - Consorzio Brunello di Montalcino.
5 - Il Giglio Hotel.
6 - Hotel dei Capitani.
7 - Villa I Cipressi
8 - Proloco Montalcino  Bom para saber eventos da região.
9 - Booking.com: O GRANDE ACHADO DA VIAGEM!!!!!!!!!
10 - TAVERNA IL GRAPPOLO BLU
Via scale di via moglio, 153024 - Montalcino (SI) Italia
Tel. 0577.846400
11 - Tiscali / Brunello  Pra tudo!
ABRRACCIO A TUTTI!!!!!
12  - Enoteca la Fortezza.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

BOEUF BOURGUIGNON PARTE II - O RETORNO.

Finalmente!!!!! Já tava dando coceira nas panelas pra fazer o boeuf bourguignon!!!


Foi nessse final de semana. Pedi pro Gibão comprar os ingredientes pra mim no sábado, e deixar tudo no mis en place pro domingo. Ficou tão gostoso que nem sobrou pra segunda feira.




O prato é muito bom mesmo, não é tão difícil assim, mas tem realmente que seguir toda as etapas da receita. É ideal para se convidar vários amigos num dia frio e arrasar como chef de couisine. Melhor ainda se for daquela tipo cada um leva sua garrafa!


Minha primeira dúvida foi qual vinho comprar para a marinada. Acabei pegando o cabernet franc Saint German castas nobres da vinícola Aurora e tive uma grata surpresa. Um vinho frutado, leve de corpo com boa acidez que se mostrou, do meu ponto de vista, excelente para uso culinário e "bom" para se beber. Comprei mais cinco deles pra deixar na dispensa. Depois veio aquela da fécula de batata pra engrossar o molho; mas preferi fazer o roux. Ele ficou um pouco claro e por isso o molho ficou algo pálido, mas delicioso.

Tem que usar o músculo - fica muito saboroso!!!!

Abri para a refeição um bordeax Château Castera - Cru Bourgeois Medoc ano 2002 que foi muito bem com o prato. Coloração rubi com aromas de frutas maduras como cereja, amoras, baunilha um pouco fechados no começo que evoluiram para café , pimenta e um pouco de caça durante a refeição. Engraçado que esse vinho em três horas de copo abriu, teve uma boa e agradável evolução e depois sucumbiu. Achei interessante a elegância e equilíbrio que ele apresentou , assim como o "efeito cinderella". Boa pedida na sua faixa de preço.
Para saber mais.
http://www.chateau-castera.com/

http://www.terroirvinhos.com.br/

Abbraccio!!!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Blog Alexandra Corvo - 10/07/2009

Olá gente! Tudo bom?

Nunca tive muita empolgação em concursos, sorteios, loterias, bingos e promoções; porquê na verdade nunca ganhei nada mesmo. Não tenho sorte no jogo... Com essse negócio de escrever para alguém ilustre desconhecido* foi a mesma coisa, e essa história remonta desde o tempo do papai Noel quando escrevia intermináveis cartas e não recebia resposta. Achava que talvez o bom velhinho estava preocupado com crianças mais carentes e necessitadas do que eu ,ou o conteúdo das minhas cartas não o convencia. Será que dei azar do Pedro Bial escrever sempre a carta ao papai Noel no mesmo dia que eu? Tinha tb a carta pra Xuxa, pro Bozo, pro Balão Mágico e etc. Graças a Deus que minha família Noel sempre respondia as cartas pra mim e quando dava comprava os presentes pelo meu bom desempenho escolar. Não vou esquecer jamais da minha primeira bicicleta e da minha cadela Kiss. Aí cresci , e a minha sina continuou e percebi que muito nesta vida não é só sorte mas muito de seu esforço e dedicação pessoal e a sorte na verdade é apenas um catalizador disso tudo. Bom, acho que essa foi a primeira vez que alguém responde de verdade alguma pergunta minha tirando o papai Noel. Digo isso porque uma vez mandei uma pergunta ao site do Milton Neves sobre copa do mundo, e a resposta tinha tanto a cara dele que nem parecia que tinha sido ele que tinha escrito. Parece que seguia um protótipo ou receita de bolo dele. Mantenho admiração irrestrita a esse jornalista e entendo que se ele próprio respondesse todas perguntas do leitores ficaria louco. Bom chega de papo furado, senão nem minha família vai ler este post.

Bom, aí vai o texto do blog da Alexandra Corvo, não salvei em html pra quem quiser acessar o original pode ir no link mais abaixo.

Quem não bebe vinho não vê o mundo girar...


Sexta-feira, 10 de Julho de 2009

Sobre serviço do vinho


Em relação ao serviço de vinhos, o leitor Roberto Marino, no comentário sobre o serviço de vinhos no Arturito, mandou a seguinte questão: "E quando numa data especial vc leva uma garrafa dessas que guardou com tanto tempo e carinho ao restaurante e o sommelier esfarela a rolha...



1 - O que fazer neste momento? (eu sei que isso poderia ter acontecido tb comigo).

2 - Posso pedir para eu mesmo fazer o serviço do vinho?

3- E gentil ou não servir uma prova ao sommelier?



"Sobre o primeiro item: mantenha a calma. Muitas vezes a culpa não é do sommelier, pode ser que a rolha estivesse problemática, isso acontece. Diga a ele que decante o vinho, na sua frente, de preferência, assim você acompanha. Se estiver muito esfarelada, ele pode "coar" o vinho, passando o líquido por um coador ou por um tecido - desde que não tenha sido lavado com cândida (tecidos são problemáticos)Em relação ao segundo item: seria estranho. No entanto, depende da quantidade e do nível do serviço - se precisa decantar, abrir, servir, seria estranho você fazer isso. Mas, se você não confia no sommelier, não seria melhor ir a um restaurante que garanta um bom serviço? Ou que você confie no profissional? Em última instância, abra o vinho em sua casa, decante-o, ponha de volta na garrafa e leve-o ao restaurante pronto pra servir. Quando chegar ao restaurante, diga ao sommelier que você mesmo vai servir seu convidados.E, para finalizar: é sempre gentil dar um pouquinho para o sommelier da casa provar. Estreita e enriquece a relação.



http://vejasaopaulo.abril.com.br/red/blogs/alexandracorvo/2009/07/sobre-servico-do-vinho.shtml
*desconhecido pq não conheco pessoalmente

Abbracci per Alexandra e per tutti!!!!!

domingo, 5 de julho de 2009

Menu Amigo - Tagliatelle Paglia e Feno al Ragu di Braciola da Lelé - 04\07\2009



O primeiro "Menu Amigo" do blog; espaço onde nossos colegas podem colocar suas receitas, era para ser na verdade de um papardelle ao ragu de cinghiale ou melhor javali. Mas em virtude de vários compromissos individuais abortamos este ragu e mantivemos a idéia de se fazer a pasta caseira com um molho mais caseiro ainda: macarrão com molho de bracciola. Acho que poucos pratos de origem italiana carregam tanto nossa identidade genética como este. Lembro-me de minha avó com minhas "tias" preparando essas massas caseiras aos domingos; levando horas a fio num trabalho muito divertido. Feita originalmente com coxão duro ou patinho, este corte sobrevive a um grande tempo de cozimento e transfere ao molho seu sabor e corpo singulares tanto da carne como seu recheio. Miguleluccio ficou encarregado do preparo da massa "in loco" e já trouxe o molho apurado de casa. Já a bracciola ele fez questão de manter segredo quanto a sua duvidosa origem.


Estavam presentes Nelsom, Miguel e seu filho Rafael, Bob, Cecato, Silvio e Humberto.


Em muitas regiôes da Itália, principalmente de Roma em diante, se entende por “braciola” a bisteca da carne com osso, ou seja , um tipo de corte da carne muito semelhante ao da bistecca alla fiorentina. Já a braciola para os italianos do sul, é o "involtine" para os do norte: rolinho de carne que "envolve" um recheio teoricamente mais gostoso, que se pode preparar de múltiplos modos e com diversos tipos de carne e recheios. É uma receita tipica de inverno e das festas de "Il Carnevale" ou simplesmente para ser servido aos domingos. Te lembras de algo? O que confirma realmente ser uma receita sulina da Campagnia - Nápoli é a caracteristica típica de fazê-la cozida no molho de tomate (al sugo) em fogo baixíssimo por 4 a 6 horas. Massas que mais combinam são o orecchiette, qualquer massa longa (espaguete por ex.) ou um bom nhoque da batatas. Na verdade pode-se usar sua criatividade utilizando vários tipos de carne e recheios omitindo ou acrescentando ingredientes. Dependendo das região italiana pode ser feita de vitelo mais ao norte ou de porco/javali na toscana; com molho encorpado ou mais suave e delicado.



Miguel e Nelson conferindo a pasta.


Vamus lá.

ingredientes para a tradicional braciola napoletana.

  • 8 bifes de coxão duro (patinho)
  • 8 pedaços de bacon longos e finos
  • 8 filetes de cenoura cortadas no comprimento
  • 8 vagens
  • 8 fatias de mussarela
  • 8 fatias de pimentão
  • 8 cebolinhas

Modo de Preparo para 500 mg de massa.

Espalme um bife e preencha com os ingredientes acima lado a lado e enrole como se fosse um rocambole. Para que não se abram durante sua longa jornada no molho, fixe as estremidades com palito de dente e um no centro. Pode-se amarrar com barbante ao invés do palito; dá mais trabalho primeiro pra amarrar e depois desenrolar no prato. Avisa os trogloditas pra tirar os palitos com cuidado antes de comer e ponha um número fixo de 3 palitos inteiros por peça.

Ecco!!! la braciola ou involtino

E o ragu?

Primeiro doure as "braciolas" numa panela grande com azeite suficiente.

Acrescente cerca de 1 litro de molho de tomate al sugo de sua preferência e deixe cozinhar em fogo baixo até que as braciolas estejem realmente macias ao toque com um garfo e o molho apurado ao seu gosto. Se o molho secar demais antes da carne estar pronta pode-de acrescentar mais água ou caldo de carne. Cuidado para o molho não queimar no fundo da panela tb!!!! Tem gente que faz na pressão mas não aconselho.

Gosto de servi-las numa travessa de vidro grande, com bastante massa al dente e coloco o molho e as braciolas por cima. Tem mais cara de vó e de domingo. Polvilhe com bastante parmesão ralado na hora e abra um bom vinho tinto italiano de médio corpo que pode ser um rosso de montalcino, chianti ou aglianico .

Tintos que foram abertos :



1 - Le Monache 2006 - Monferrato Rosso - Piemonte - Michele Chiarlo .O Le Monache é um corte da uva Barbera 70%, típica da região, com as francesas Merlot 10% e Cabernet Sauvignon 20%, fermentado e afinado em aço a fim de preservar ao máximo a sensação de fruta fresca e a delicadeza.
http://www.chiarlo.it/italiano/vini/le_monache/scheda_vino.htm

2 - Mont Gras Quatro Reserva 2003 - Vale Conchággua - Chile. Foi o primeiro vinho que comprei depois do curso básico da A.B.S em 2005 . São quatro uvas entre elas cabernet sauvignon, syrah, carmenére e merlot. Na primeira garrafa que abri em 2005 estava muito jovem e tânico, diferente de hoje que estava redondo com frutas maduras e especiarias - creio que está no seu auge. Pena que já tomei todas....
http://www.montgras.cl/english/home.htm

3 - La Segreta 2005 - IGT Sicilia -Planeta . Mais um bom vinho dessa inovadora vinícola Planeta. Assemblage de 50% Nero D'Avola, 25% Merlot, 20% Syrah e 5% Cabernet Franc. Vinho com boa acidez e frutado em calda. Compatibilizou bem com o prato, mas achei um pouco cozido; não sei se foi o calor da Sicília.....
http://www.planeta.it/home.htm
Gostaria de agradecer tb ao Nelsom pela sua corriqueira cordialidade e carinho na arte de receber os amigos em sua propriedade; e pela sua máquina elétrica de fazer pasta caseira importada diretamente do free shop do Paraguay. Sem ela esse almoço não seria possível. Creio neste momento que Miguel com sua experiência acumulada na área; está transformando essa pasticcera numa boa máquina de fazer churros, fios de ovos ou caldo de cana.

Buon apetito!!!!!!!!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

DEGUSTAÇÃO VINHOS RUTINI - EMPÓRIO BASÍLICO \ ZAHIL IMPORTADORA - 01\07\2009






Ontem tive a oportunidade de participar de mais um evento organizado pelo Empório Basílico. Era uma quarta feira despretenciosa depois de um dia de consultório cheio; que se transformou numa noite bem agradável. Tratava-se de uma degustação da Bodega La Rural - Rutini que foi presidida por Bernardo Silveira diretor técnico da Zahil vinhos que compareceu ao evento a pedido da equipe do Basílico.


A história da vinícola começa na Itália do século 19, na província de Le Marche cidade de Ascoli Piceno, onde Francisco Rutini produzia vinhos para consumo de seus familiares e vizinhos. Seu filho Felipe Rutini tornou-se imigrante quando chegou ás américas e encontrou em Coquimbito, Maipu na província de Mendoza o lugar ideal para plantar suas primeiras videiras. A partir daí formaram-se os primeiros pilares para a construção de sua vinícoal chamada La Rural com os preceitos de labor et perseverantia. Em 1919 Don Felipe passou o comando dos negócios para seus herdeiros, que incrementaram a vinificação com novas variedades de uvas e compraram de novos solos como em Tupungato com altitude de 900 a 1500 metros e múltiplos microclimas.




Em 1994 foi adquirida por um grupo de investidores ,dentre eles Catena e Lynch , que trataram de modernizar sua instalações e aplicar nos vinhedos La Rural sua experiência acumulada na produção de vinhos de alta qualidade em Mendoza. Possuem 255 hectares de vinhedos incluindo Maipu, Rivadavia, La Consulta, Altamira e Tupungato.





Bom chega de papo. Foram degustados cinco vinhos a saber:



1 - Rutini Chardonnay 2006 - Belo vinho de cor amarelo palha, frutado com abacaxi, pêssego e melão maduros. Toque mineral presente, assim como mel-manteiga . Boa acidez num vinho que me agradou muito.




2 - Rutini Cabernet\Malbec 2005 - tinto de coloração rubi-granada com predominãncia de amoras e violetas. Especiarias como cravo, pimenta e frescor dado pela boa acidez e mentolado. Taninos equilibrados mas sobrou um pouco no álcool e sulfitos. Vinho mais calmo que seu sucessor 3.




3 - Rutini Cabernet\Syrah 2005 - Tinto encorpado e potente. Um pouco fechado no nariz com suas frutas escuras como ameixa e especiarias com cravo pimenta, tabaco e baunilha. Vinho com bastante estrutura e álcool que precisava um pouco de decantação ou acompanhado de uma carne.



4 - Rutini Malbec 2005 - tonalidade ruby - violáceo nos mostra este malbec elegante com frutas vermelhas lembrando amora, ameixa e violeta. Bem com seus taninos equilibrados e potente com acidez relevante. Segue o padrão dos vinhos Malbec de alta qualidade. Discordando dos demais achei bom custo benefício pela sua qualidade. É muito fácil fazer um malbec; o dífícil é diferenciá-lo.


5 - Rutini Antologia XVIII - Na tentativa de se criar vinhos com seus melhores lotes das melhores safras; este vinho feito pelo enólogo Mariano di Paola com cortes de 40% de cabernet sauvignon, 40% de malbec e 20% de merlot ;mostra todo o seu cuidado e competência na elaboração de vinhos. No estilo velho mundo, esta assemblage mostrou coloração violácea, bem denso e carnudo. Boa acidez com cereja e mirtilo em geléia e especiarias. Vai ganhar mais ainda com um pouco mais de envelhecimento na garrafa.


Geralmente as degustações de produtos da mesma vinícola me desanimam um pouco. Porque são servidos primeiros vinhos base pra depois degustar os melhores e talvez vc perder um pouco da acurácia gustativa e achar tudo muito bom. Engraçado, pois pude perceber hoje a preocupação desta vinícola com a qualidade e equilíbrio dos vinhos degustados mesmo nos seus vinhos menos requintados. Chardonnay e Syrah em bons vinhos.Pude tirar tb desta degustação é que nem só de malbec vive a Argentina, e que a a partir do momento que baixar a febre desta casta, possam colher novos frutos com outras uvas ; sem perderem a identidade malbequiana.

Un abraccio a tutti e salut!!!!!

Para saber mais:

http://www.rutiniwines.com/

http://www.vinhoszahil.com.br/loja.aspx

http://www.emporiobasilico.com.br/