Essa é nossa principal dúvida, quando um vinho está no auge?
Quando e com quem abrir?
Felizmente essa segunda feira eu não hesitei; e abri com as pessoas certas!
Don Melchor 1997 - 12 anos nos separavam e agora estávamos alí, pertos, contemplativos. Lembrei-me do meu ano de médico aviador em Taubáte, meus grandes amigos e irmãos de faculdade cada qual servindo um em uma região do Brasil, da vontade de iniciar na cirurgia plástica, daquela internet de antes, morte da Diane, meu primeiro carro . Engraçado que não imaginaria estar na presença destas pessoas que realmente me fazem feliz hoje.
Sem stress retiramos a rolha que parecia que foi colocada ontem mesmo e decantamos por uma hora. Primeira taça foi com grana padano, "provolone holandês" bem defumado com frutas secas. E na segunda com um bom prato de pasta.
Vinho de coloração rubi-granada límpido, com belo halo de maturação e muitas lágrimas. Ao nariz primeiro se apresentou com frutas negras tipo ameixa secas e figos um pouco fechado. Na boca sentiu-se primeiro bem aveludado com taninos redondos preenchendo todo o palato suavemente que depois; mostrou-se aroma e terciários de folhas úmidas de bosque não frescas lembrando um pouco húmus, couro ou charuto e algo balsâmico com discreto amargor. Acrescentou-se belo café e cacau amargo com cravo. Tivemos dificuldade em definir esse herbácio e na segunda passada notamos floral como crisântemo no nariz e ainda associado com a ameixa. Apesar da idade a acidez ainda se mantinha com níveis agradáveis e o que mais me impressionou foi o retrogosto suave e duradouro.
Gostaria de imaginá-lo um pouco mais jovem....Assim como gostaria de ter cometido mais erros.
Arrependimento?
Nunca!
Portanto abram seus vinhos; porquê eles podem viver mais do que nós......
Belíssima noite.
Para saber mais:
Don Melchor por Concha y Toro.
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