quarta-feira, 28 de outubro de 2009

SEGUNDA DIVINO! DON MELCHOR 1997 - QUANDO ABRIR NOSSOS VINHOS DE GUARDA


Essa é nossa principal dúvida, quando um vinho está no auge?

Quando e com quem abrir?

Felizmente essa segunda feira eu não hesitei; e abri com as pessoas certas!

Don Melchor 1997 - 12 anos nos separavam e agora estávamos alí, pertos, contemplativos. Lembrei-me do meu ano de médico aviador em Taubáte, meus grandes amigos e irmãos de faculdade  cada qual servindo um  em uma região do Brasil, da vontade de iniciar na cirurgia plástica, daquela internet de antes, morte da Diane, meu primeiro carro . Engraçado que não imaginaria estar na presença destas pessoas que realmente me fazem feliz hoje.

Sem stress retiramos a rolha que parecia que foi colocada ontem mesmo  e decantamos por uma hora. Primeira taça foi com grana padano, "provolone holandês" bem  defumado com frutas secas.  E na segunda com um bom prato de pasta.

Vinho de coloração rubi-granada límpido, com belo halo de maturação e muitas lágrimas. Ao nariz primeiro se apresentou com frutas negras tipo ameixa secas  e figos um pouco fechado. Na boca sentiu-se primeiro bem aveludado com taninos redondos preenchendo todo o palato suavemente que depois; mostrou-se aroma e terciários de folhas úmidas de bosque não frescas lembrando um pouco húmus, couro ou charuto e algo balsâmico com discreto amargor. Acrescentou-se belo café e cacau amargo com cravo. Tivemos dificuldade em definir esse herbácio e na segunda passada  notamos floral como crisântemo no nariz e ainda associado com a ameixa. Apesar da idade a acidez ainda se mantinha com níveis agradáveis e o que mais me impressionou foi o retrogosto suave e duradouro.


Belo vinho que harmonizamos com um penne all funghi com tiras de filet mignon no creme de leite; que no nosso ponto de vista caiu muito bem com a gordura, consistência da carne e do creme e aquele gosto meio aromático-terroso do funghi.

Gostaria de imaginá-lo um pouco mais jovem....Assim como gostaria de ter cometido mais erros.

Arrependimento?

Nunca!

Portanto abram seus vinhos; porquê eles podem viver mais do que nós......

Belíssima noite.

Para saber mais:

Don Melchor  por Concha y Toro.

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