sábado, 21 de novembro de 2009

MENU DEL GIORNO: GNUDI - A PASTA SEM PASTA COM DOLCETTO.

Esta é sem dúvida um das mais ricas e simples iguarias da culinária italiana originária de Casentino. Chamada também de "topini" na Maremma, que são filhotes de ratos da planície que não apresentam pelos quando nascem; ou seja, "gnudi" de nús. Transportando essa analogia para culinária ficou gnudi porque na verdade é uma pasta nua; um ravioli que lhe falta a massa que o envolve. Portanto apenas de recheio seria......
"Una pasta senza pasta."
  Fazia parte do almoço típico de camponeses e pastores que atravassavam as planícies da  Toscana ricas em sabores. É muito semelhante ao  famosos gnocci, porém troca-se o ingrediente principal que é a  batata pela ricota de ovelha; e evita-se ao máximo a adição de farinha de trigo que levaria a uma perda em leveza e sabor.
Estando na Itália, naturalmente o molho  mais usado é o de tomate frescos; sendo o clássico e indicado o de manteiga e sálvia. Não se recomenda com ragus fortes de carne para não abafar a delicadeza dos gnudi, e são aceitos mas não bem vistos o uso de ovos, noz moscada, manteiga e queijos diferentes.

Receita para 4 pessoas.

Para a massa.
200 gramas de ricota fresca.
300 gramas de espinafre.
100 gramas de farinha de trigo ou o quanto baste.
50 gramas de queijo pecorino.
sal.
noz moscada.

Primeiro de tudo cozinhe o espinafre em água salgada e depois de esfriar naturalmente, retire todo o líquido espremendo com as mãos. Pique bem finiho o espinafre e adicione o restante dos ingredientes um a um; ricota, pecorino, noz moscada e por último a farinha misturando bem. Forme então bolotas de cerca de 3 cm de diâmetro e passe na farinha de trigo. Deixe descansar uns minutos sobre uma superfície enfarinhada para depois cozinhá-los em bastante água fervente salgada asssim como fazemos com gnocci.
Ponha no centro de um belo prato e despeje o molho de sua preferência.


Meu molho foi de manteiga derretida cerca de 100 gr; com um naco pancetta picada de 4x3 cm em cubos e sálvia, como segredo: coloquei dois cravos para aromatizar.

Para harmonizar abri um Dolcetto d'Alba D.O.C. Tre Vigne 2007 da vinícola Vietti feito de 100% de dolcetto com  uma coloração rubi bem intensa. Minha primeira impressão foi de no nariz um vinho frutado com aromas de frutas vermelhas como cereja e groselha bem madura me mostrando que seria um daqueles vinhos doces e insonsos com aquela baunilha de sempre. Mas quando veio á boca, vichi ...manteve bem a fruta mas uma bela acidez, viva e  instigante associado a leves aromas terrosos no retrogosto com taninos bem evoluídos num corpo médio que bateu muito bem com a gordura do molho de manteiga, bacon e especiarias. Dava para comer uma bisteca junto. Vinho muito agradável que transformou minha refeição numa experiência única. Quando o álcool evaporou um pouco pude notar melhor os aromas terrosos e aquele final pesistente com pimenta preta moída na hora. Quase que abri um chardonnay barricado, mas ia me arrepender. Belo vinho que o pouco amargor final era na verdade um herbáceo mal definido junto com cacau. Vinho italiano é isso aí gente !


Para saber mais

1 - Vinícola Vietti.

2 - Mistral.

Abbracci a tutti!!!

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